O próximo título do bloco Novelas da Tarde, do SBT, não preza pelo conservadorismo e pela leveza. Três Vezes Ana, que a emissora estreia em breve, causou polêmica nos Estados Unidos e no México, e, por esse motivo, será exibida com vários cortes no Brasil.

Três Vezes Ana
Reprodução / Televisa

O folhetim de 2016, que estreia dia 30 de janeiro no canal de Silvio Santos, pode ser considerado pioneiro na quebra de padrões da Televisa, que, até o lançamento da trama estrelada por Angelique Boyer, evitava temas polêmicos e cenas quentes.

Só para maiores

Três Vezes Ana - Angelique Boyer e Sebastián Rulli
Divulgação / Televisa

A história das trigêmeas estreou primeiro nos Estados Unidos. Apesar do país ser considerado “mais aberto” com relação a temas polêmicos – o México é conhecido pelo conservadorismo religioso –, muitas cenas incomodaram o público de lá.

A sequência em que Ana Letícia (Angelique), a malvada do enredo, toma banho de espuma, despida e com as mãos dentro d’água, gerou discussões.

A movimentação de Letícia, especialmente a expressão de prazer, estabeleceu a ligação da cena com a masturbação. O circo foi armado e os espectadores da Univision reagiram mal ao espetáculo.

Tesoura

Três Vezes Ana - Angelique Boyer
Divulgação / Televisa

Três Vezes Ana também exibiu sequências “calientes” da vilã com seus pares. Em uma delas, Angelique Boyer surgiu com os seios expostos, ao lado do galã Sebastián Rulli, intérprete de Marcelo – os dois são namorados na vida real.

Em outro momento, Ana Letícia ofereceu seu glúteo como apoio para Ramiro (David Zepeda) assinar um papel.

Diante da repercussão da novela nos Estados Unidos, o canal Las Estrellas, responsável pela exibição no México, realizou cortes. A medida, porém, não salvou o folhetim do fracasso.

Versão brasileira

Três Vezes Ana - Angelique Boyer
Divulgação / Televisa

A trama, contudo, segue em alta no mercado internacional. O SBT aposta em Três Vezes Ana por conta do êxito de Angelique por aqui. Outras produções com a atriz alcançaram índices satisfatórios.

As sequências pesadas não são necessariamente um problema, já que os títulos exibidos na faixa Novelas da Tarde costumam ser recomendados para maiores de 14 anos – e edições podem ser feitas a qualquer momento, como ocorreu com Sortilégio (2009).

Angelique Boyer, cabe lembrar, saiu em defesa das polêmicas cenas. Ela afirmou que Três Vezes Ana era “para toda a família, mas com um formato diferente”.

“É preciso ousar para fazer coisas novas”, defendeu, tratando Ana Letícia, a tão controversa personagem, como “louca”.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor