Empolgada com o sucesso de Pantanal (2022), a Globo apostou todas as suas fichas no remake de Renascer. No entanto, a atual novela das nove da emissora não repetiu o êxito da história de Juma Marruá (Alanis Guillen).

Drica Moraes como Nieta em Guerra dos Sexos
Drica Moraes como Nieta em Guerra dos Sexos

Porém, a Globo já sabia que nem todo remake dá certo. Afinal, a emissora amargou um fracasso e tanto ao refazer Guerra dos Sexos (2012), releitura que substituiu Cheias de Charme (2012) no horário das sete há 12 anos.

Escrita por Silvio de Abreu, a nova versão do clássico de 1983 derrubou a faixa em 24%.

Um clássico refeito

Em 1983, o autor Silvio de Abreu assinou Guerra dos Sexos, considerada uma de suas melhores novelas. A trama deu uma cara nova ao horário das sete da Globo ao colocar grandes atores encenando uma comédia pastelão rasgada, que divertiu o público na época.

Como os primos Charlô e Otávio, Fernanda Montenegro e Paulo Autran encabeçaram o elenco, que contou ainda com Tarcísio Meira, Gloria Menezes, Lucélia Santos e outras estrelas do primeiro time da emissora.

Assim, em 2012, Silvio de Abreu propôs escrever uma nova versão do clássico, com um elenco tão estrelado quanto. A novela contou com Tony Ramos e Ireve Ravache revivendo Charlô e Otávio, e trazia ainda Gloria Pires, Edson Celulari, Mariana Ximenes, Reynaldo Gianecchini e Bianca Bin.

Trama datada

Tony Ramos e Irene Ravache em Guerra dos Sexos
Tony Ramos e Irene Ravache em Guerra dos Sexos

Guerra dos Sexos girava em torno de Charlô e Otávio, dois primos que tiveram um caso no passado, mas que atualmente se odeiam. Mas eles são obrigados a dividir o mesmo teto e tocar o trabalho de uma loja de departamentos para garantir uma herança.

Nessa disputa, Charlô conta com a ajuda das mulheres. Já Otávio, um machista incorrigível, lidera um time masculino que menospreza o trabalho feminino. Mas, num determinado momento da trama, a “guerra dos sexos” dá espaço a uma ciranda amorosa cheia de reviravoltas.

A novela fez um enorme sucesso em 1983, ano em que a entrada da mulher no mercado de trabalho ainda era questionada pela sociedade. Porém, em 2012, a briga entre Charlô e Otávio soou antiquada. O autor Silvio de Abreu optou por não atualizar a trama, deixando o remake de Guerra dos Sexos com cara de novela velha.

Fiasco retumbante

Em 2012, Guerra dos Sexos substituiu Cheias de Charme, que atualmente está no ar em Edição Especial nas tardes da Globo. Na época, a trama de Izabel de Oliveira e Filipe Miguez elevou consideravelmente a audiência da faixa das 19h.

Com média geral de 30 pontos no Ibope, Cheias de Charme foi o maior sucesso da Globo do horário na década. Mas, com a estreia de Guerra dos Sexos, toda a audiência conquistada foi por água abaixo.

Guerra dos Sexos derrubou os índices e obteve média geral de 22,8 pontos, batendo o recorde negativo do horário até então. Foi uma queda de 24%, mostrando que nem todo remake dá certo.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor