O Globoplay estreou recentemente a segunda temporada da série Aruanas, uma coprodução Globo e Maria Farinha Filmes, criada por Estela Renner e Marcos Nisti, com direção artística de André Felipe Binder.

A nova temporada está mais focada no entretenimento, explorando ao máximo recursos narrativos para envolver e prender o público ao longo de seus 10 episódios: drama, ação, muito suspense e até romance e uma pitada de terror. Apropriado o termo “thriller ambiental” para designar a produção, está evidente na trama, roteiro, direção, edição, fotografia e sonoplastia.

Os ambientalistas da ONG Aruana arriscam suas vidas pela causa do meio ambiente. Na temporada anterior, a ação se desenvolvia majoritariamente na Amazônia. Na nova leva de episódios, o foco está na fictícia Arapós, cidade no interior paulista, hoje considerada modelo, mas que no passado sofreu um desastre ambiental. A economia local depende da uma indústria de petróleo.

O industrial Vito (Cacá Amaral) envolve o prefeito honesto Enzo (Lázaro Ramos), candidato a candidato à presidência da República, em conchavos políticos a fim de passar no governo uma medida provisória que isenta as empresas petroleiras em mais de 1 trilhão de reais em impostos.

Classe política

Camila Pitanga volta como a inescrupulosa lobista Olga, que defende os interesses da classe política. Desta vez, a personagem revela mais camadas, em que sua vida privada e fragilidades são exploradas. Um ganho e tanto em que Camila se mostra à altura da responsabilidade e da carga da personagem. Taís Araújo, como Verônica, uma das peças chave da temporada anterior, agora tem uma participação menor, mas não menos importante.

Os destemidos Natalie (Débora Falabella), Luiza (Leandra Leal), Falcão (Bruno Goya), Clara (Thainá Duarte) e Ponto Com (Ravel Andrade) rumam para Arapós e iniciam uma investigação perigosa, que os faz descobrir que os poderosos encobertam casos de bebês gestados sem cérebro em decorrência da poluição. Em seu caminho, os ambientalistas deparam-se com a milícia local, liderada por Cunha (César Ferrario), o que tende a levar a um desfecho trágico.

O suspense permeia os episódios, mas são os moradores de Arapós que imprimem um verdadeiro clima de terror à trama, com tipos um tanto macabros. O clã do miliciano Cunha – a mulher e a filha adolescente – parece uma “família Addams” de dar medo. As ótimas interpretações se estendem, além de César Ferrario e Luciana Paes (a mulher de Cunha) à atriz Bella Piero, como a filha do líder religioso local (Leonardo Medeiros).

Participações especiais

No elenco, também Daniel de Oliveira, Vitor Thiré, Elisa Volpatto, Rafael Losso, Cristina Sano, Ravel Cabral, Alexandre Rodrigues, Marcelo Laham, Marcelo Várzea, Marat Descartes e outros, além das participações especiais de Lima Duarte e Joaquim de Almeida.

Original Globoplay, produção Globo e Maria Farinha Filmes, escrita por Estela Renner, Marcos Nisti e Carolina Kotscho, direção artística de André Felipe Binder, direção de Mariana Richard, produção de Isabela Bellenzani (TV Globo) e Mariana Oliva (Maria Farinha), direção de gênero de José Luiz Villamarim.

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Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira. Leia todos os textos do autor