No dia 5 de agosto de 1973, a Globo estreava o Fantástico. Prestes a completar 50 anos no ar, o Show da Vida já teve diversas fases, vários apresentadores, como Valéria Monteiro (foto abaixo), aberturas marcantes e muito mais.

Fantástico - Valéria Monteiro
Divulgação / Globo

Ao longo dessas cinco décadas, diversas reportagens e coberturas da revista eletrônica viraram assunto em todo o Brasil, principalmente na época em a internet ainda não existia.

Confira abaixo uma lista com 10 momentos marcantes:

Menino da bolha (1975)

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Uma matéria que emocionou o público brasileiro foi sobre o garoto David Vetter, o “menino da bolha”, nascido com uma deficiência imunológica raríssima e que, por isso, não tinha anticorpos em seu organismo. Hélio Costa, o correspondente internacional do Fantástico, mostrou a vida desse garotinho que, aos quatro anos de idade, permanecia dentro de uma bolha desde o nascimento.

Os espectadores ficaram emocionados ao ver que ele não podia brincar, correr e nem abraçar seus pais por conta de sua doença. O caso teve grande repercussão, com acompanhamento do repórter durante mais de seis anos, mostrando, por exemplo, quando o garoto ganhou uma roupa especial da NASA e teve a chance de sair do hospital. David morreu aos 10 anos, em 1984.

Jim Jones (1978)

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Em novembro de 1978, 900 fiéis de uma seita liderada pelo pastor Jim Jones se suicidaram em Jonestown, que ficava na Guiana. As imagens dos corpos de adultos e crianças, espalhados pelo local, percorreram o mundo e chocaram as pessoas.

O jornalista Lucas Mendes e o cinegrafista Henderson Royes tentaram ir ao local do massacre, mas foram impedidos. A reportagem mostrou os sobreviventes da tragédia, que explicavam como funcionava a seita e as ideias de Jim Jones. Foi mostrado ao público brasileiro a chegada dos corpos à cidade.

Hélio Costa estava em Nova Iorque e relatou a repercussão do caso no mundo todo. A matéria, que abriu o Fantástico do dia 26 de novembro, causou grande impacto entre os brasileiros.

AIDs se alastra pelo mundo (1983)

Reprodução / Globo

Em 1983, o mundo entrava em alerta por conta de uma doença misteriosa que começava a se alastrar. A AIDS causou perplexidade em médicos e sanitaristas, que buscavam entender essa doença e a origem do vírus. O que se sabia na época é que esse mal destruía o sistema imunológico do paciente, levando à morte em pouco tempo.

Costa apresentou entrevistas com especialistas, afirmando que aquilo era uma nova epidemia, que atingiria o mundo todo. A única coisa que se sabia era como a doença seria transmitida: pelo sexo e pela transfusão de sangue. No Brasil, a AIDS estava bem no início, mas logo se tornaria comum ver pessoas anônimas e famosas que contraíram o vírus.

O drama das famílias da seca (1983)

Em 1983, o jornalista João Batista Olivi produziu uma matéria para o Fantástico, chamada “Viúvas da Seca”, mostrando o drama de famílias que vivam na pobreza extrema em cidades no Nordeste.

Ao visitar a casa de uma viúva, conheceu o garoto Zecleiton, que brincava dentro de casa. Os “cavalinhos”, “bezerros” e “bois” que ele citava, na verdade, eram pedaços de ossos de animais que morreram por conta da seca. O repórter não conteve a emoção e acabou chorando com o drama da família. A matéria comoveu o público e ficou marcada na história do programa.

Morte de Tancredo Neves (1985)

Reprodução / Globo

Tancredo Neves era a grande esperança do povo brasileiro após 21 anos de ditadura militar no país. No dia 15 de março de 1985, o presidente eleito foi internado às pressas, horas antes de sua posse. O público acompanhou por quase dois meses a sua agonia.

Ao longo desse tempo, o Fantástico destacou o desdobramento dos fatos, exibindo matérias e entradas ao vivo, diretamente do Hospital das Clínicas, em São Paulo, local em que o político estava internado.

No dia 21 de abril, durante a exibição do programa, Carlos Nascimento e Carlos Tramontina interromperam uma matéria sobre a dieta do Dr. Atkins e entraram ao vivo mostrando o anúncio da morte de Tancredo Neves.

Naquele dia, o Fantástico não teve encerramento. Assim que o público soube da morte, entrou no ar uma edição especial do Jornal Nacional.

Morte de Ayrton Senna e conquista do tetra (1994)

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Dois domingos de 1994 foram marcantes na vida dos brasileiros e na história do Fantástico. No dia primeiro de maio, o piloto Ayrton Senna morreu durante o GP de San Marino, ao bater sua Williams na curva Tamburello. O fato deixou milhões de fãs chocados.

O Fantástico foi totalmente dedicado à tragédia com Senna. Pedro Bial e Roberto Cabrini traziam, direto de Ímola, todas as informações sobre o acidente e a liberação do corpo do piloto. Sandra Annenberg, Fátima Bernardes e Celso Freitas não escondiam a emoção e, com as vozes embargadas, mostravam a história do piloto. O programa foi também exibido em Portugal, pela SIC.

Já no dia 17 de julho de 1994, o povo lavou a alma: o Brasil conquistava o tetra na Copa do Mundo dos Estados Unidos. A edição do Show da Vida foi totalmente dedicada à grande festa brasileira, mostrando ao vivo as reações do povo pelas ruas, as entrevistas com jogadores e a festa no Rose Bowl, estádio da grande decisão.

Autópsia de um ET (1995)

Reprodução / YouTube

Em 1995, o Fantástico comprou um filme que causava polêmica na Europa. A fita mostrava uma suposta autópsia de um E.T. capturado em Roswell, Estados Unidos, na década de 1940.

A imagem, gravada em película e sem som, mostrava, em preto e branco, o corpo de um suposto extraterrestre sendo examinado e aberto por médicos. A matéria causou impacto no Brasil e abriu a discussão: o vídeo era verdadeiro ou falso?

Mais tarde, ficou provado que o filme era uma farsa, tendo sido encomendado por um empresário ao custo de 54 mil dólares. Mas uma coisa é verdadeira: o assunto ficou na boca do povo e as crianças ficaram com medo e mal dormiram naquela noite.

Michael Jackson no Brasil (1996)

Reprodução / Globo

Em 1996, Michael Jackson veio ao Brasil para gravar o clipe de They Don’t Care About Us, nas cidades da Bahia e do Rio de Janeiro. Glória Maria foi a única repórter da televisão brasileira que esteve nos bastidores das gravações.

A matéria mostrava todos os passos de Michael, seja no Pelourinho, seja na favela da Dona Marta. O momento mais esperado foi o encontro de Glória Maria com o rei do pop. Depois de muita conversa e negociações, ele aceitou falar apenas algumas palavras para a jornalista: “I Love You, Brazil”. Depois disso, ele deu um beijo em Glória, que ficou toda emocionada.

Alguns anos antes, o Fantástico também causou burburinho ao mostrar, em primeira mão, o clipe da música Black or White, que tinha efeitos especiais avançados para a época.

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Morte de Lady Di (1997)

Reprodução / IMDB

No dia 31 de agosto de 1997, o mundo acompanhava, estarrecido, o acidente que matou Lady Diana e seu namorado, o milionário Dodi Al-Fayed, em Paris, na França.

O Fantástico daquele domingo foi totalmente dedicado à transmissão das notícias sobre o acidente e a morte da “princesa do povo”. William Waack, correspondente da Globo em Londres, mostrava a reação da família real e do povo inglês. Cesar Tralli, direto da França, mostrava a reação do povo francês e a liberação do corpo de Diana.

Atentados de 11 de setembro (2001)

Reprodução / YouTube

O Fantástico do dia 16 de setembro daquele ano foi totalmente dedicado aos atentados de 11 de setembro, ocorridos na manhã da fatídica terça-feira.

O programa foi aberto com imagens inéditas feitas por um cinegrafista que estava a postos no exato momento em que uma das torres desabaram.

Edney Silvestre e Jorge Pontual mostraram, com cenas exclusivas, o trabalho de resgate nos escombros do World Trade Center e a reação dos americanos depois do ataque terrorista.

A atração também mostrou ao público a história de Osama Bin Laden, principal suspeito de ter comandado os ataques em Nova Iorque e no Pentágono, além de trazer as últimas informações em várias partes do mundo. Naquele dia, o encerramento do programa foi com a música Todos Estão Surdos, de Roberto Carlos.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor