Dois nomes que encabeçaram projetos recentes na Globo assinaram com a concorrência. Angela Chaves, que atualizou Éramos Seis (2019) – estrelada por Gloria Pires e Antonio Calloni –, vai escrever uma “telessérie” para a Netflix.

Globo - Éramos Seis

A direção do projeto foi entregue a Maurício Farias. Foi ele quem respondeu pelo comando artístico de Um Lugar ao Sol (2021), novela das nove toda gravada durante a pandemia, protagonizada por Cauã Reymond.

Novos ares

Globo - Um Lugar ao Sol

Angela Chaves e Maurício Farias perderam o compromisso fixo com a Globo há pouco tempo, em meio à política de cortes adotada em nome do equilíbrio financeiro – com redução considerável no número de funcionários.

Os dois, contudo, não passaram muito tempo à disposição do mercado… Angela e Maurício partiram em direção ao streaming e estão agora acertados com a Netflix, por meio de uma produtora.

De acordo com informações da jornalista Patrícia Kogut, de O Globo, o projeto vem sendo tratado em sigilo. Apenas a presença da autora e do diretor são conhecidas, assim como a produção da Fábrica, empresa de Luiz Noronha.

A carreira de Angela Chaves

Angela Chaves

Angela Chaves estreou na Globo através do extinto Você Decide (1992). Em seu currículo, parcerias com Gilberto Braga, em Celebridade (2003), e com Manoel Carlos em Páginas da Vida (2006), Maysa – Quando Fala o Coração (2009), Viver a Vida (2009) e Em Família (2014).

A novelista colaborava com Rock Story (2016), de Maria Helena Nascimento, quando o projeto Os Dias Eram Assim (2017), concebido em parceria com Alessandra Poggi, foi aprovado para a faixa das onze.

Angela voltou à titularidade, desta vez sozinha, com a atualização de Éramos Seis para o horário das seis. A adaptação de Rubens Ewald Filho e Silvio de Abreu para a obra de Maria José Dupré contou com versões anteriores na Tupi (1977) e no SBT (1994).

A trajetória de Maurício Farias

Maurício Farias

Maurício Farias passou quase 30 anos na emissora. A escalada na casa se deu através de novelas e minisséries. Ele integrou a equipe de A Viagem (1994) – onde conheceu a esposa Andréa Beltrão –, de Salsa e Merengue (1996), Hilda Furacão (1998) e Esplendor (2000).

Depois, passou para a linha de shows. Maurício conduziu os trabalhos de títulos que marcaram época, como A Grande Família (2001), Tapas e Beijos (2011) e Tá no Ar – A TV na TV (2014).

Ele sempre conciliou a atividade na TV com o cinema; seu filme mais recente, Hebe – A Estrela do Brasil (2019), virou minissérie no Globoplay. A volta aos folhetins de longa duração se deu com Um Lugar ao Sol, cujas gravações foram afetadas pela pandemia de Covid-19.

De olho no mercado

Caio Castro

Cabe lembrar que, conforme Patrícia Kogut informou em sua coluna, Maurício Farias é cotado para a direção da próxima novela de Lícia Manzo, às 18h. Caso o diretor artístico aceite repetir a dobradinha de Um Lugar ao Sol, ele assinará por obra, prática comum da atual gestão.

Já a Netflix está de olho nos profissionais liberados pela Globo não é de hoje… A própria Angela Chaves estava no radar da plataforma desde que o fim de seu compromisso fixo com o canal de TV foi anunciado.

Atores e atrizes como Bruno Gagliasso, Camila Queiroz e Marco Pigossi estão envolvidos apenas com séries e projetos para o streaming. Já outros, como Caio Castro e Sheron Menezzes, aproveitam a liberdade que os acordos por obra oferecem para transitar entre a Netflix e a Globo.

Compartilhar.
Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor