Durante muitos anos, Carlos Tramontina (foto abaixo, com Sandra Annenberg) foi considerado um dos principais nomes do jornalismo da Globo em São Paulo. Ele era um dos profissionais com mais tempo de casa e também um dos mais queridos pelo público. Tramontina passou 24 anos na apresentação do SP2, de 1998 a 2022.
Em recentre entrevista ao Splash UOL, o jornalista revelou que saiu da emissora sem realizar um sonho profissional comum aos envolvidos com a área. Atualmente, Carlos trabalha com a criação de conteúdos para as redes sociais; ele também assinou com a CNN Brasil e os Estúdios Flow.
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“O tempo passou”
Carlos Tramontina confidenciou que um de seus sonhos dentro da Globo era o de se tornar correspondente internacional, assim como aconteceu com colegas como Rodrigo Bocardi, Roberto Kovalick (foto acima) e Alan Severiano.
“Durante muito tempo eu pensei em ser correspondente internacional, mas nunca fiz nenhum movimento dentro da empresa para me colocar à disposição da direção”, confessou.
“O tempo passou e, com outros compromissos aqui em São Paulo, considerei que não era mais a hora de pensar nisso. Talvez, caso eu tivesse sido correspondente, teria cumprido mais uma coisa legal”, analisou.
Trajetória vitoriosa
Carlos Tramontina (na foto acima com Chico Pinheiro e José Roberto Burnier) entrou na Globo em 1º de junho de 1978, aos 22 anos, como estagiário de jornalismo. Ele foi repórter de rua em São Paulo antes de chegar a âncora de telejornais locais como Bom Dia São Paulo, SP1 e SP2.
“De resto, eu comecei sem saber nada, recém-formado em Jornalismo. Fui estagiário, repórter durante quinze anos, e vivi de tudo na reportagem. Depois, como apresentador, também fiz telejornais em todos os horários da Globo”, relembrou.
Tramontina também apresentou o Antena Paulista e os boletins Globo Notícia SP e Radar SP. Ele também foi âncora eventual do Jornal da Globo e do Jornal Nacional. Na GloboNews, Carlos respondeu pelo jornalístico N de Notícia.
O adeus à Globo
Carlos Tramontina deixou a Globo em abril de 2022. O anúncio foi feito internamente por Ali Kamel, diretor-geral de jornalismo da emissora. Kamel emitiu comunicado, enaltecendo o profissional e afirmando que a saída se deu em comum acordo, devido ao desejo de Tramontina de se dedicar à família e outros projetos.
Aliás, o novo momento da empresa, com cortes de nomes tarimbados, causa temor no ex-contratado.
“A gente já notava que existia um movimento que ia exigir das empresas mudanças drásticas no seu funcionamento e na sua maneira de gerir. Hoje a situação econômica, a situação das empresas limita de forma dramática isso. Então eu tenho muito medo em relação a isso. O que vai acontecer com a qualidade da informação jornalística?”, questionou o jornalista, em entrevista ao Splash UOL.
Novos horizontes
Aos 66 anos, Carlos Tramontina segue na ativa. Após uma temporada de descanso, o jornalista criou um canal no YouTube chamado Seis e Ônibus, onde fala sobre passeios culturais.
Recentemente, ele foi anunciado como um dos novos criadores dos Estúdios Flow, produtor de podcasts e vídeos. Na empresa, ele apresentará um programa de entrevistas chamado Portas Abertas – com estreia marcada para 23 de maio –, além do Tramonta News, onde comentará as principais notícias do dia, a partir de 8 de junho.
“Eu passo o dia pensando: ‘o que eu vou falar na hora que abrir o microfone? Eu preciso ter bordão para fazer abertura? O que eu vou falar para as pessoas? […] Eu sei dar uma notícia. Mas como começo uma conversa com uma multidão gigantesca?’”, relatou ele, sobre a expectativa com os novos projetos.
Na CNN Brasil, Tramontina apresentará o CNN Freedom Project, que, segundo o canal de notícias, abordará casos da história do Brasil que comoveram o país.
