Beto Barbosa não escondeu sua indignação ao participar do programa Todo Mundo Ama, da TV Jangadeiro, afiliada do SBT no Ceará. Um repórter questionou se a lambada estava ultrapassada e o cantor respondeu.

Beto Barbosa
Reprodução / SBT

“Eu gostaria muito de cantar, mas vou me retirar do programa, porque eu não gostei de como o repórter veio me tratar. A gente vem no programa com muito carinho, amor e respeito, para ter minha história dessa forma. Eu acho que é uma falta de respeito ao artista. Não vim aqui para passar por isso”, desabafou.

Dono do hit Adocica, Beto Barbosa esteve presente em inúmeros programas de TV e foi um dos expoentes da lambada, lotando estádios e vendendo milhares de cópias de seus discos. O sucesso foi grande e o cantor faturou muito durante a febre da “dança proibida”.

A lambada ainda existe e foi um grande fenômeno na década de 1990. Mas embora Beto seja uma das estrelas desse ritmo, a fama não foi tão boa assim para ele…

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O sucesso não fez bem

Patricia Abravanel
Reprodução / SBT

Em uma entrevista à Patrícia Abravanel (foto acima) no programa Eliana, em setembro de 2017, o cantor disse que a fama não foi uma coisa tão boa para a sua vida pessoal.

“Chegou um momento da vida que eu pedi pra Deus que não queria mais aquilo pra mim. Estava me fazendo muito mal. Muito dinheiro, muito sucesso, chega um momento que você fica perturbado. E eu não tinha essa formação. Ninguém da minha equipe tinha preparo para o sucesso da lambada”, disse.

Não era apenas o dinheiro que atrapalhava a vida do cantor: as mulheres faziam parte da rotina dele.

“Eu não vivia sem uma mulher a cada show. Era fogo e paixão”, declarou.

Um artista de visão

Beto Barbosa e Raul Gil
Reprodução / SBT

Beto Barbosa (na foto acima, com Raul Gil) não vive de música apenas, ele também passou a administrar negócios – uns deram certo, outros nem tanto. A veia de empresário veio do avô, um libanês rico.

Sempre brinco que sou um rico pobre. Meu avô tinha muito dinheiro. Veio do Líbano. E minha mãe se envolveu com uma pessoa pobre. Meu avô disse que, se ela se envolvesse com ele, deveria sair de casa. E minha mãe saiu. Então vivi com minha mãe a pobreza, pois meu pai era um motorista de táxi e, com meu avô que era rico”, contou ao Portal IG em 3 de outubro de 2011.

“Comecei a trabalhar com ele (avô) e ganhei uma visão de administrador, que é algo bastante comum na cultura árabe. Por isso, quando ganhei dinheiro com a música, apliquei. Montei uma grife de roupas de lambada e abri três lojas. Depois, passei para minha irmã e minha ex-mulher, que não souberam administrar, e acabou fechando. Depois disso, abri uma sorveteria em Belém, que se chama Adocica”, completou.

“Eu pedia para Deus me levar”

Beto Barbosa
Reprodução / Instagram

Beto enfrentou um câncer de fígado e próstata em 2018. O cantor se curou e participou do programa The Masked Singer Brasil em 2022. Ao participar do Encontro com Fátima Bernardes, ele falou sobre o fim da doença.

“Só tinha 10% de chance de me curar. O médico me disse: ‘Você é um milagre da medicina’. Foi um momento de inspiração. Eu estou vivo, estou aqui! Fui um exemplo. Eu tenho 66 anos, passei por um câncer e não desisti. Então não desista você também!”, afirmou.

O tratamento não foi fácil e ele disse que já pensou em desistir de tudo.

“Eu pedia para Deus me levar. Não aguentava mais. Não podia tomar água. Todas as vezes que tomo um copo de água eu me lembro desse momento”, desabafou.

Hoje, com 68 anos, Beto Barbosa segue firme na carreira e continua fazendo shows pelo Brasil. Só nunca fale para o cantor que a lambada é um ritmo ultrapassado…

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor