Estrela do Sítio do Picapau Amarelo foi parar no Retiro dos Artistas: “Passo o dia rezando”

Uma atriz que marcou época nas novelas da Globo e ficou eternizada como a boneca Emília do Sítio do Picapau Amarelo teve um final de vida bastante triste, após perder os movimentos e passar seus últimos dias no Retiro dos Artistas.

Estamos falando de Dirce Migliaccio, que atuou em dezenas de produções da Globo e nos deixou em 2009, aos 75 anos.

Carreira de sucesso

Nascida em 30 de setembro de 1933, na capital paulista, Dirce era irmã do também ator Flávio Migliaccio.

Ela estreou na televisão na novela Paixão de Outono, que a Globo produziu em 1965, poucos meses após entrar no ar.

A atriz esteve em diversos sucessos da emissora, como O Bem Amado (1973), quando viveu uma das irmãs Cazajeira, e A Gata Comeu (1985), vivendo Conceição, mulher do malandro Oscar (Luiz Carlos Arutin).

Dirce também teve uma brilhante carreira no teatro e no cinema, participando de inúmeras produções.

Sítio do Picapau Amarelo

Em 1977, a atriz aceitou viver um dos principais papéis de sua carreira, como Emília, no Sítio do Picapau Amarelo.

Apesar de ter ficado ligada à personagem, ela viveu a boneca por apenas um ano, deixando a função em virtude da pesada rotina de gravações.

“O único problema era a quantidade de textos que eu tinha para decorar. Acordava muito cedo e trabalhava o dia todo, pois naquela época não havia a lei que protegesse o artista. Por isso, desisti da série. Mas agradeço a Deus por ter feito a Emília, que era um personagem muito rico e completo”, relembrou ao jornal O Globo em 20 de julho de 1996.

Nos anos 1990, a atriz diminuiu o volume de participações na televisão, mas, mesmo assim, ainda esteve em Quem é Você (1996), Você Decide (1998) e Mulher (1999).

Sua última novela foi Da Cor do Pecado (2004) e sua derradeira aparição na telinha foi num episódio da série Casos e Acasos, em 2008.

O que aconteceu com Dirceu Migliaccio?

Pouco depois desse trabalho, a atriz sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) que a fez perder os movimentos dos braços e das pernas.

Ela, que vivia sozinha, acabou se mudando para o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro, para receber cuidados especiais de um profissional que era pago pelo irmão.

Em entrevista ao jornal Extra, em 11 de dezembro daquele ano, ela se limitou a dizer que apenas passava o dia rezando.

Pouco menos de um ano depois, em 22 de setembro de 2009, a atriz morreu aos 75 anos, vítima de doença arterial coronariana, hipertensão e infecção urinária.

Seu corpo foi sepultado no cemitério São João Batista, em Botafogo, na capital fluminense.