Mais uma edição do BBB vai começar e o público começa a criar expectativa com os participantes anônimos e famosos.

Boninho

O Big Brother Brasil chega em sua vigésima terceira temporada, com fila de anunciantes e sucesso nas redes sociais.

A Globo não abre mão do formato, já com contrato renovado até 2025.

Mas muito antes da emissora comprar o reality show, uma apresentadora e produtora quis entrar no negócio…

De olho no reality holandês

Pânico na TV

Rosana Hermann sempre foi uma apresentadora ligada no mundo televisivo – apresentou a primeira versão do Fala Brasil, da Record, e foi redatora de programas como Clodovil Abre o Jogo (1993), Sai de Baixo (1996) e Pânico na TV (2008). Outra paixão da jornalista é a internet; ela está conectada desde a chegada da tecnologia no Brasil.

E em 1999, enquanto navegava, ela descobriu um programa que passava na Holanda e que fazia um grande sucesso: Big Brother. Ao ver aquelas pessoas anônimas confinadas, ela sentiu o faro do sucesso.

“Eu ficava louca com o programa. Passava horas discutindo com o meu marido, que é psiquiatra”, relatou Rosana ao Correio Braziliense em 3 de fevereiro de 2002.

Na época, ela era contratada da Record e comandava o matinal Fala Brasil. Ela foi atrás da direção da emissora para apresentar o programa.

“Eu falava para o diretor artístico Marcos Aragão e ele não me dava bola. Realmente estava fora de contexto há dois anos. Mas eu sabia que esse tipo de programa ia virar sucesso aqui também” completou a jornalista.

Ninguém queria bancar a ideia

Rosana Hermann

Rosana Hermann (foto acima) não foi atrás somente da Record. Ela buscou um famoso apresentador e cogitou comprar os direitos direto com a Endemol, produtora do reality show.

“Tentei vender a ideia dos holandeses até para o Gugu Liberato. Não deu certo. Acredite se quiser: tentei inclusive comprar os direitos os direitos do Big Brother sozinha. Custava cerca ds 5 milhões de dólares. O dinheiro não deu”, revelou.

Irritando Boninho

Boninho e Tadeu Schmidt

Rosana estava certa. O programa entrou no ar em janeiro de 2002 e se tornou um grande sucesso de audiência e faturamento. Ela ficou de olho na edição brasileira e acabou deixando Boninho (na foto acima com Tadeu Schmidt) irritado.

“Para se inscrever no programa, era necessário criar um e-mail no Globo.com. Muitas pessoas fizeram o cadastro, mas o elenco já estava escolhido. Quando eles divulgaram uma lista com todos os nomes, percebi que acompanhava o CEP, mas de alguns nomes não. Fui até a letra x e vi que Xaiane não tinha o dado na planilha: matei a charada!”, contou Rosana Hermann ao TV História.

A jornalista publicou o nome de todos os competidores do reality em seu blog. Isso irritou Boninho, diretor do programa, que bloqueou Rosana.

“Sou bloqueada pelo Boninho por 20 anos! Ele já me xingou algumas vezes e não engoliu o furo dos competidores. Na primeira edição, usei o logo do programa em meu blog, e ele me ameaçou de processo, e retiramos a marca”, relembrou.

Para Rosana, o BBB soube se reinventar e olhar para fora da casa:

“É um grande mérito do programa ver as mudanças e a realidade de uma sociedade ao longos dos anos. É uma produção que está ligada em tudo. Hoje temos um elenco diversificado, se adaptando a novas linguagens e os costumes de hoje em dia”.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor