A Globo, através das novelas reprisadas no Canal Viva e disponibilizadas no Globoplay, segue orientando o espectador quanto às mudanças pelas quais a sociedade passou nos últimos anos.
Através de avisos na tela, antes ou depois de um determinado capítulo, a emissora orienta o público acerca de atos do passado que geram desconforto desde sempre, mas que não eram questionados em outros tempos.
Aviso em clássico da TV
A última trama receber um aviso do canal foi A Próxima Vítima, exibida originalmente em 1995 e disponibilizada recentemente na plataforma de streaming.
O capítulo 49 do folhetim de Silvio de Abreu conta com uma sequência pesada de agressão à mulher, que, provavelmente, não seria transmitida com tanta “clareza” nos dias de hoje.
Na cena, Diego (Marcos Frota) deu uma surra em Isabela (Claudia Ohana), após descobrir que estava sendo traído, e atirou a noiva do alto de uma escada.
No final do capítulo, o Globoplay inseriu uma tela de alerta sobre violência contra a mulher, orientando quanto aos caminhos necessários para denúncias.
Prática não é inédita
Desde 2021, a Globo adotou tal prática, a de informar o espectador sobre comportamentos, falas e acontecimentos referentes aos períodos em que as produções foram feitas e que não cabem no presente.
Quando começou a transmitir Da Cor do Pecado (2004) no Canal Viva, ano passado, a emissora incluiu um slide com os seguintes dizeres: “Esta obra reproduz comportamentos e costumes da época em que foi realizada”.
É interessante e importante esclarecer ao público que as reprises, às vezes, irão contar com cenas que não estão de acordo com a sociedade atual, evitando possíveis constrangimentos e reações.
A sociedade mudou…
A ação também é interessante para a Globo se precaver de comentários maldosos em relação aos folhetins nas redes sociais. Também de denúncias ou reclamações referentes aos conteúdos transmitidos.
O caso de A Próxima Vítima mostra como a sociedade mudou. Hoje em dia, existe uma grande preocupação com temas específicos, como a violência contra a mulher. Durante várias décadas, o assunto não era comentando com a gravidade que demandava e não ganhava destaque nas rodas de conversa.
Em A Gata Comeu (1985), por exemplo, não foram poucos os tapas dados pelo personagem de Nuno Leal Maia em Christiane Torloni – o casal Fábio e Jô Penteado. Cenas que hoje não passariam batidas.
Tais sequências poderiam influenciar negativamente na luta contra a agressão a mulher, que vem ganhando cada vez mais destaque e atualmente, diferente de décadas passadas, tornou-se algo inadmissível como deveria ser desde sempre.
