Com 90 anos de idade e 74 de carreira, Ary Fontoura segue se reinventando. Ele, que está no ar na reprise de Chocolate com Pimenta (2003), tem apostado fortemente nas redes sociais e, em breve, deverá voltar à TV.

Chocolate com Pimenta - Ary Fontoura e Mariana Ximenes
João Miguel Júnior / Globo

Em entrevista recente, o astro de tramas como O Espigão (1974), Saramandaia (1976), Amor com Amor se Paga (1984), Roque Santeiro (1985), A Indomada (1997) e A Favorita (2008) confessou um grande arrependimento relacionado à trajetória artística.

“Sou intransigente comigo mesmo”

A Dona do Pedaço - Ary Fontoura
Reprodução / Globo

Embora tenha vivido personagens memoráveis, Ary não se deixa encantar pelo passado. Ele é bastante crítico quanto à sua atuação.

“Sempre fui fazendo coisas que me eram possíveis de fazer. Tenho sonhos, coisas que ainda não fiz. Se você se sente excelente e acha que nada falta, é aí que mora o perigo. Por mais que eu tinha tido trabalhos bem-sucedidos, apoio da crítica e público, costumo reprovar vários trabalhos que faço, penso que poderia ter ido melhor”, confessou em matéria para o jornal Estado de Minas, no último dia 12.

“Sou intransigente comigo mesmo. Quando revejo atuações antigas eu fico louco, se eu fizesse agora seria melhor”, acrescentou.

Arrependimento

A Favorita - Ary Fontoura e Patricia Pillar
Divulgação / Globo

O veterano também lamentou por não ter estudado o ofício de ator. Questionado sobre arrependimentos relacionados à carreira, ele foi enfático:

“Sim, de não ter feito escola de arte dramática”.

“Eu sou um autodidata, aprendi vendo os outros trabalharem. Gostaria de ter estudado mais teatro, mas o instinto de sobrevivência me jogou para outro lado. Me faltou coragem para estudar”, completou.

Sem aposentadoria

Roque Santeiro - Ary Fontoura, Eloísa Mafalda e Lucinha Lins
Divulgação / Globo

Longe do vídeo desde uma breve participação na temporada 2021 de Sob Pressão, Ary Fontoura segue ativo nas redes sociais. Em seus perfis, aliás, ele costuma receber convites para diferentes produções.

“Dentro do meu tempo, vou fazendo uma triagem do que é melhor. Apesar da idade que estou, tenho a possibilidade de escolher trabalhos”, relatou.

O artista sequer cogita parar com suas atividades.

“Sempre tem um vovô, um titio, a idade não é impeditiva, ao contrário, ela por vezes é mais importante pela experiência adquirida. A aposentadoria é o final de tudo, é uma palavra esquisita para mim e não me atrai”, analisou.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor