Silvio de Abreu deixou a direção de Dramaturgia da Globo em 2020, mas, antes de sair, o autor transmitiu um importante conselho para a emissora – que parece ter acatado.
Para ele, a inclusão de novos talentos na autoria das novelas é fundamental para a manutenção do gênero. Silvio prezou por esta renovação enquanto esteve no cargo.
Opinião de quem entende
Silvio de Abreu promoveu vários nomes à titularidade porque, segundo ele, sem a repaginada no quadro de autores, o folhetim televisivo chegará ao fim.
“Se a gente não lançar novos autores, a novela acaba”, decretou Silvio em entrevista ao portal Notícias da TV.
A opinião veio no rastro da aposentadoria de estrelas do gênero, como Antonio Calmon, Benedito Ruy Barbosa, Elizabeth Jhin, Manoel Carlos e Walther Negrão.
Novos talentos
Na época em que comentou a Dramaturgia da Globo, Silvio de Abreu apostou em nomes como Alessandra Poggi, Angela Chaves, Claudia Souto, Maria Helena Nascimento, Rosane Svartman, Paulo Halm, Manuela Dias, Daniel Ortiz, Alessandro Marson, Thereza Falcão e Bruno Luperi – neto de Benedito Ruy Barbosa.
“Isso [de revelar novelistas] era uma coisa que me preocupava muito. Era algo que não acontecia há muito tempo e que precisava mudar. Porque quem faz as novelas são os autores. É claro que não sozinhos, tem atores, diretores, colaboradores. Mas a semente está no texto”, analisou.
“Se você não tiver quem escreva, também não vai ter quem represente, quem dirija. É muito importante para todos nós ter novos autores. Não só para a Globo, mas para todos que vivem disso. Porque a novela não é só algo que dá prestígio para a emissora, ela também dá trabalho para muita gente. E minha preocupação era realmente com o emprego das pessoas”, concluiu.
Legado
A lição de Silvio de Abreu foi compreendida pelo atual responsável pelo setor, José Luiz Villamarim. O veterano, desligado da Globo, seguiu para a HBO. Os nomes revelados por ele, contudo, seguem em atividade; dos citados acima, apenas Angela Chaves e Paulo Halm deixaram a casa.
Alessandra Poggi foi titular solo de Além da Ilusão, exibida às seis entre fevereiro e agosto deste ano. Claudia Souto está no ar com Cara e Coragem, que será substituída por Vai na Fé, de Rosane Svartman.
Maria Helena Nascimento desenvolve uma trama para às nove com Ricardo Linhares, enquanto Manuela Dias assina a segunda temporada de Justiça. Bruno Luperi respondeu pelo remake de Pantanal.
A Globo também foi buscar talentos na concorrência. Gustavo Reiz, que desenvolveu Escrava Mãe (2016) para a Record, estreia às sete ano que vem, com Fuzuê.
