Após 18 anos do fim da Rede Manchete, Amilcare Dallevo não cumpriu o prometido aos funcionários da emissora
17/07/2017 às 9h00
Em maio de 2017 – para ser mais preciso, no dia 10 -, a Rede Manchete completou 18 anos de seu fim. O canal, fundado por Adolpho Bloch, encerrou sua trajetória polêmica e cheia de dívidas em 1999.
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Poucos dias antes, exatamente em 6 de maio daquele ano, um fato polêmico na história da rede acontecia. Amilcare Dallevo Jr., hoje dono da RedeTV!, deu uma entrevista para o apresentador, e hoje prefeito de São Paulo, João Dória Jr. Ele falava sobre a compra do canal, efetivada no dia 9 de abril, depois de uma série de reuniões.
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Juntamente com a economista Denise Campos de Toledo, o Show Business deu informações sobre a compra e os seus planos para a rede. O investimento, segundo ele, foi de R$ 100 milhões.
O tema mais polêmico da entrevista foi sobre os passivos trabalhistas. Na época, Amilcare Dallevo prometeu pagar as dívidas de trabalho da antiga rede. Segundo ele disse na conversa, o total devido pela Manchete estava na casa dos R$ 330 milhões, mas a TV Ômega – razão social da RedeTV! – iria assumir apenas dívidas com o Governo Federal, Previdência e salários atrasados.
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As dívidas nesse sentido eram em torno de R$ 250 milhões. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, um grupo liderado por Dallevo Jr. propôs aos sindicalistas o pagamento parcelado, no prazo de 12 meses, das remunerações atrasadas dos funcionários da emissora.
A TV Ômega também propôs o cancelamento das demissões ocorridas em setembro de 1998 (cerca de 600) e estabilidade de 90 dias a partir da volta ao trabalho dos funcionários que estavam em greve. As propostas foram aceitas pelos Sindicatos, tanto de São Paulo, como do Rio de Janeiro.
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Em processos, ex-funcionários dizem que Amilcare Dallevo não honrou o compromisso assinado com os Sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas do Estado do Rio de Janeiro, que prometia pagar todos os passivos de trabalho.
Em 2009, a Justiça Federal, depois de anos de polêmica, decidiu que a RedeTV! não era sucessora da Manchete e que, por isso, estava isenta de qualquer ônus ou dívida trabalhista deixada pela antiga emissora. Até hoje, Sindicatos e ex-funcionários da Manchete reclamam que não receberam o dinheiro prometido.
Veja a entrevista dividida em duas partes: