Nas décadas de 1970 e 1980, Nádia Lippi brilhou nas telas da Tupi e da Globo. A atriz também conquistou fãs com o casal formado, dentro e fora dos estúdios, com o ator Ney Santanna.

Um Dia o Amor - Nádia Lippi
Reprodução / IMDB

Nádia deixou as novelas posteriormente, passando a se dedicar à família, além de projetos paralelos. O retorno, lamentavelmente, foi em uma produção marcada pelo insucesso.

Ela esteve na malfadada Brida (1998), novela da Manchete que não chegou ao fim – e que agravou a crise financeira da emissora.

[anuncio_1]

Dedicação à família

As Três Marias - Gloria Pires, Maitê Proença e Nádia Lippi
Divulgação / Globo

Nádia Lippi iniciou a carreira artística ainda criança, na novela A Pequena Órfã (1968), da TV Excelsior. Ela atuou em várias produções da Tupi, como A Barba Azul (1974), Um Dia, o Amor (1975), O Sheik de Ipanema (1975) e Tchan! A Grande Sacada (1976).

Em 1978, a atriz foi contratada pela Globo, onde se destacou nas novelas Pecado Rasgado (1978), Pai Herói (1979), Chega Mais (1980), As Três Marias (1980, foto acima, com Maitê Proença e Gloria Pires) e Brilhante (1981).

Em entrevista ao jornal O Globo, de 19 de julho de 1998, Nádia afirmou que o afastamento da TV partiu dela própria, que preferiu se dedicar à família: o marido, o economista Marco Pollo, e os filhos Rodrigo e Thalita Lippi, do casamento com Ney Santanna.

“Nesse período me dediquei a mim. Estudei pintura, fiz artesanato, acompanhei meu marido em viagens de negócios e também adorava ir ao supermercado. Esporadicamente eu até participei de alguns programas, como o ‘Você Decide’ e o ‘Vídeo Show’, e também fiz um filme com Os Trapalhões”, listou.

Homenagem

Nádia Lippi
Reprodução / Extra

Na mesma entrevista, Nádia Lippi afirmou que o desejo de retomar a carreira sempre esteve nos seus planos, mas precisou ser adiado por conta dos cuidados com a mãe, Valquíria, que estava doente.

“Quando fez um ano da morte dela, o (Walter) Avancini [diretor-geral de Brida] me convidou para fazer a novela. Aceitei porque eu já estava menos sofrida. Acho que essa volta é também uma homenagem à minha mãe, que sonhava me ver de novo na TV”, destacou.

No folhetim, Nádia viveu Leonor, mãe de Priscila (Guilhermina Guinle), meia-irmã da protagonista Brida (Carolina Kasting).

A trama ficou marcada por ter saído do ar, após 54 capítulos, sem desfecho. A crise econômica da Manchete implicou no atraso de salários e, consequentemente, na paralisação dos trabalhos de atores e técnicos. O locutor do canal, Eloy de Carlo, apenas leu os finais previstos para os personagens.

Na torcida pela filha

Nádia Lippi e Thalita Lippi
Reprodução / Instagram

Após Brida, Nádia Lippi voltou à TV com uma participação especial em Prova de Amor, da Record, seu último trabalho na televisão até o momento. Atualmente, com 67 anos, a atriz leva uma vida discreta em Ipanema, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro. Além de ser microempresária, ela está engajada na causa animal.

Em 2012, Nádia lamentou o preconceito que a filha Thalita enfrentou para emplacar na TV, após participar da oitava edição do Big Brother Brasil (2008). A jovem atriz estava escalada, na ocasião, para o remake de Guerra dos Sexos (2012).

“Tem tanta gente boa parada e hoje em dia a televisão é uma fábrica de novas caras. É um mercado muito saturado para tanta gente que quer ser artista. Meio artístico é muito injusto no Brasil. Não para mim, mas para a geração da minha filha. Queria que tivesse trabalho para todo mundo”, desabafou.

Compartilhar.
Avatar photo

Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor