Mistério que agitou a reta final de Paraíso Tropical (2007), a revelação do assassino de Taís (Alessandra Negrini) se tornou uma grande decepção no desfecho da trama, que encerra sua reprise no Vale a Pena Ver de Novo nesta sexta-feira (03).

Alessandra Negrini em Paraíso Tropical
Alessandra Negrini em Paraíso Tropical

Na exibição original da novela, em 2007, os autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares criaram um enorme mistério em torno da identidade do assassino, que também cometeu outros crimes nos últimos capítulos do folhetim.

No capítulo final, foi revelado que Olavo (Wagner Moura) é o assassino de Taís. Ele também confessou que foi responsável pela morte de Lutero (Edwin Luisi), além das tentativas de assassinato contra Marion (Vera Holtz) e Antenor (Tony Ramos).

A confissão dele veio em meio à revelação de que Ivan (Bruno Gagliasso) é filho de Antenor com uma empregada da casa em Paraty. Esse, aliás, foi o motivo pelos crimes. Taís descobriu o segredo e foi morta.

O plano de Olavo era matar Marion, Antenor e Ivan para ficar com a fortuna do empresário, já que ele tinha uma procuração do irmão. Já Lutero foi assassinado a troco de nada, somente para despistar.

Globo montou esquema antivazamento

Na época, a Globo chegou a montar um esquema para o principal segredo de Paraíso Tropical não vazar antes de ir ao ar na TV. Dias antes do término da trama, o autor Ricardo Linhares afirmou que a decisão sobre quem matou Taís já estava tomada há muito tempo.

“O final já está escolhido há meses. Não há possibilidade de mudança. Quando matamos Taís, bolamos também toda a história. Os finais falsos são apenas para despistar. Não é um jogo de loteria, com nomes escolhidos aleatoriamente”, disse ele em conversa com o G1.

Globo gravou 10 finais de Paraíso Tropical

Wagner Moura em Paraíso Tropical

De acordo com uma matéria veiculada no Jornal Hoje na ocasião, a Globo gravou desfechos do crime com os 10 suspeitos de matar Taís. As sequências foram rodadas durante a madrugada daquele dia mesmo.

A própria emissora, no entanto, acabou enfraquecendo o mistério, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo do dia 29 de setembro de 2007. Na ocasião, os suspeitos foram sendo eliminados ao longo do dia.

No site da novela, os suspeitos foram eliminados um a um, até que por volta das 21h, quando iniciou a exibição do último capítulo, restavam somente três.

Revelação do assassino de Taís decepcionou em Paraíso Tropical

No fim, a grande surpresa foi a motivação do assassinato de Taís e não quem matou a vilã, já que foi o suspeito mais óbvio: Olavo. E isso deixou os telespectadores e a crítica bastante decepcionados.

Em crítica no jornal O Globo do dia 03 de outubro de 2007, o colunista Artur Xexéo destacou que o final de Paraíso Tropical foi “frustrante”, já que os autores não haviam dado pistas sobre o grande mistério da trama.

“Sem nenhum compromisso com o que tinha sido apresentado nos capítulos anteriores, a solução para ‘quem matou Taís?’ podia ser qualquer uma. Gilberto Braga e Ricardo Linhares quebraram o pacto que torna atraente as histórias de mistério. No próximo ‘quem matou?’, ninguém precisa perder tempo juntando peças de quebra-cabeça”, pontuou o crítico.

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Publicitário e roteirista, escreve sobre televisão desde 2013. Com passagem por diversos sites, atuou como redator, editor e repórter, função que proporcionou entrevistar grandes nomes. Um apaixonado por televisão, que ama novelas desde que se entende por gente.