Volta de Clarice pode ser o chacoalhão que Cara e Coragem precisa

Cara e Coragem

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Cara e Coragem vem passando em brancas nuvens na programação da Globo. Com audiência abaixo do esperado e repercussão fraca, a novela de Claudia Souto não desperta o interesse do público, mesmo sendo recheada de mistérios. Para tentar reverter o quadro, a autora resolveu antecipar a resolução de um dos enigmas que permeiam o folhetim.

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Logo nos primeiros capítulos, Cara e Coragem foi tomada pelo mistério em torno do destino de Clarice (Taís Araújo). A empresária é dada como morta logo depois de contratar Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado) para recuperar uma pasta que continha uma fórmula secreta. Fórmula esta que desperta o interesse dos vilões da trama.

Ao mesmo tempo em que não se tinha certeza de que Clarice estava mesmo morta, surge uma sósia para embaralhar tudo. A entrada de Anita (Taís Araújo) trouxe mais dúvidas que certezas. Capítulos depois, já que sabe que Clarice e Anita se conheciam e eram cúmplices, mas todo o mistério em torno de sua morte seguia sem solução.

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Em coma

Porém, nesta semana, Clarice aparece viva. A trama revela que a personagem está em coma depois de tentar forjar sua morte. Apenas Luana (Gabriela Loran), secretária da Siderúrgica Gusmão, sabe da verdade.

Cara e Coragem ainda não abrirá seus principais mistérios. O fato de Clarice aparecer viva não esclarece o que aconteceu com ela, qual sua intenção ao tentar forjar sua morte e quem a está perseguindo. No entanto, a volta da empresária corrige um erro de percurso que pode explicar a indiferença do público com a novela.

Cúmplice

Uma novela baseada em mistérios e tramas policiais deve ter o público como cúmplice. Mesmo que pouca coisa seja inicialmente revelada, é importante que a plateia seja envolvida com os mistérios, colocando-a como um detetive.

Mas Cara e Coragem não foi eficiente neste sentido. Um dos erros foi justamente tirar Clarice de cena muito rápido, sem dar tempo de o público saber quem era a empresária. Clarice foi “morta” logo no começo, quando não se sabia se o que a movia era uma boa intenção ou não. Flashbacks ajudaram o público a compreendê-la, mas o recurso foi pouco suficiente.

Como embarcar no mistério de Clarice se nem ao menos se sabia quem era ela? Como não houve um envolvimento do público com a personagem, pouco importava se ela estava viva ou não.

Ao trazer a personagem de volta, em coma, Claudia Souto tem a chance de, finalmente, estabelecer uma conexão da empresária com o público. Assim, quem sabe, os espectadores finalmente poderão embarcar nos mistérios de Cara e Coragem. Pode funcionar.

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