Virada sem sentido não deve ser suficiente para salvar Travessia

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Gloria Perez preparou uma grande virada em Travessia. Ao chegar na metade, a trama apostará numa grande explosão que deve alçar Ari (Chay Suede) ao posto de grande vilão do folhetim. Um atentado abrirá espaço para que o ex-noivo de Brisa (Lucy Alves) aplique um grande golpe em seu próprio sogro.

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Guerra (Humberto Martins) e Cidália (Cassia Kis) sairão de circulação por conta da explosão de um carro. Com isso, o malvadinho verá uma baita oportunidade para se dar bem. Enquanto isso, Brisa passará por uma nova provação ao descobrir que não é a mãe biológica de seu próprio filho. Pois é…

Novos dramas

Ari nunca escondeu de ninguém que gosta de uma boa vida. Mas daí a se tornar um golpista… O rapaz vai dar um jeito de passar todo o negócio de Guerra para o seu nome, aplicando um grande golpe no sogro. Com isso, ele se firma como um dos grandes vilões da história.

Ao mesmo tempo, Gloria Perez finalmente vai inserir no enredo a condição de Brisa, que é uma “mulher quimera”. Trata-se de um problema de formação genética raríssimo, com o qual ela não conseguirá provar que é a mãe de Tonho (Vicente Alvite). Assim, a mocinha será acusada de ter sequestrado o próprio filho, retomando a fake news dos primeiros capítulos (lembra?).

Sem sentido

Reprodução / Globo

Ou seja, os próximos episódios da novela prometem dar um verdadeiro e necessário chacoalhão na trama. Afinal, em sua primeira metade, a obra decepcionou profundamente. Com uma história fraca e sem apelo, Travessia praticamente andou em círculos em seus 100 primeiros capítulos.

A abordagem da tecnologia é frágil, a fake news de Brisa não fez qualquer sentido (aliás, aquilo nem pode ser considerado fake news) e os personagens parecem todos jogados, à espera de uma história que não vem.

Assim, a grande virada da novela acaba soando forçada, já que se mostra como um factóide incapaz de desdobramentos minimamente interessantes. Ari continuará com sua personalidade flutuante, Brisa continuará sofrendo e a história deve seguir correndo atrás do próprio rabo.

Falhou

É muito estranho este buraco em que se meteu Travessia. Afinal, Gloria Perez (foto acima) sempre foi conhecida por compreender os anseios do público e oferecer o que ele quer. Ela não se fez de rogada ao mover várias peças de América (2005) ou Salve Jorge (2012) para fazer estas tramas decolarem. Choveram críticas, claro, mas a audiência correspondeu.

Mas, com Travessia, a autora parece ter perdido a mão. Além de ter concebido uma trama que é fraca por si só, Gloria se mostrou incapaz de promover mudanças para tentar driblar a má fase.

A explosão que marca a virada da trama não deve refrescar a situação. Afinal, o ranço do público com relação à Travessia está tão forte que ninguém nem se importa com o que vai acontecer com Guerra após o acidente, ou quem é o responsável pelo atentado. O desinteresse já está instalado.

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