Após sucessos, veterano não merecia despedida das novelas em fiasco

Claudio Cavalcanti em Amor e Revolução

Claudio Cavalcanti em Amor e Revolução

Após escrever alguns sucessos na Record, como Prova de Amor (2005) e Caminhos do Coração (2007), seguida por Os Mutantes (2008), Tiago Santiago foi contratado pelo SBT. No canal de Silvio Santos, fez apenas duas novelas: o remake de Uma Rosa com Amor e Amor e Revolução, que estreou em 5 de abril de 2011. Mas essa segunda experiência não foi bem-sucedida.

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A produção, que teve 204 capítulos, também ficou marcada como a última novela de Cláudio Cavalcanti.

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Dono de grandes papeis na história da televisão brasileira, em novelas como Irmãos Coragem (1970), Água Viva (1980), Roque Santeiro (1985) e A Viagem (1994), entre outras, o ator estava afastado da televisão desde 2001, quando fez Roda da Vida, na Record.

Na Globo, onde trabalhou por muitos anos, não pisou mais desde Chiquinha Gonzaga (1999). Na novela do SBT, Cavalcanti (na foto abaixo, em A Viagem) viveu Geraldo, que era um líder camponês e incentivador das ligas camponesas e sindicatos de trabalhadores rurais.

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Foi preso e barbaramente espancado por policiais do DOPS. Conseguiu sair da prisão e retornou à atividade revolucionária, pregando a luta armada contra a ditadura.

Fuga da audiência

A obra mostrava uma história de amor durante o Regime Militar. O enredo, que apostou em cenas de violência no início, acabou afugentando a audiência.

O autor chegou a apelar para o beijo gay de Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre), mas nem isso adiantou.

O grande destaque, contudo, ficou para Nico Puig e Patrícia de Sabrit; ele, o agressivo Filinto, alvo da vingança da esposa, Olívia / Violeta.

Em várias oportunidades, o SBT chegou a ter mais audiência com as novelas mexicanas exibidas durante a tarde do que com a trama noturna inédita, que demandou grandes investimentos. Para se ter uma ideia, foram apenas 4,8 pontos de média no Ibope na Grande São Paulo.

“Na verdade, o tema Ditadura do Regime Militar não foi o suficiente para segurar o telespectador ante direção de atores e texto deficientes. O autor foi criticado pelo didatismo de seu roteiro. Ele argumentou que, para aquele tema e aquele público, era necessário explicar muitas das situações apresentadas”, explicou nosso colunista Nilson Xavier em seu site Teledramaturgia.

Decepção

“O autor chegou a desabafar em seu perfil no Twitter, afirmando que Amor e Revolução foi a novela mais difícil de sua vida. A decepção no Ibope foi um dos motivos”, completou. Santiago deixou o canal após a trama.

Depois de Amor e Revolução, Cláudio Cavalcanti atuou somente na série Sessão de Terapia, do canal GNT, cuja temporada foi lançada após a sua morte, ocorrida em 29 de setembro de 2013, aos 73 anos.

O ator sofreu um choque cardiogênico, que evoluiu para uma insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos.

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