Sem concluir sua última novela, veterano ator da Globo nos deixava há 15 anos

Há exatamente 15 anos, no dia 22 de julho de 2006, o Brasil perdia o talento de Gianfrancesco Guarnieri. Ator, diretor, dramaturgo e poeta, nasceu em Milão, na Itália, em 6 de agosto de 1934, mas veio para o Brasil aos dois anos, quando a família fugiu do fascismo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na década de 1950, ainda adolescente, já se destacava como líder estudantil e iniciou no teatro amador com Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha. Sua peça de estreia como dramaturgo foi Eles Não Usam Black-Tie, que fez muito sucesso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Estreou em novelas em 1967, participando de O Tempo e o Vento, da TV Excelsior. Depois, esteve em tramas como A Hora Marcada, O Terceiro Pecado, A Muralha, Os Estranhos, Dez Vidas, O Meu Pé de Laranja Lima, Nossa Filha Gabriela, Signo da Esperança e Camomila e Bem-Me-Quer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM!

Um grande papel veio em 1973, quando viveu Tonho da Lua na primeira versão de Mulheres da Areia, da Tupi. Outro destaque ocorreu em 1977, quando interpretou Júlio Lemos em Éramos Seis.

Em 1979, estreou na Globo, em Cabocla. Sempre perambulando por diversas emissoras, tendo passado por praticamente todos os canais, participou de Rosa Baiana, Jogo da Vida, Sol de Verão, quando fez uma belíssima homenagem ao companheiro Jardel Filho, que morreu antes do final da trama, Sabor de Mel e Vereda Tropical.

Em 1986, foi um dos principais nomes de Cambalacho, dando vida a Jejê, parceiro de trambiques de Naná (Fernanda Montenegro).

Depois, atuou em Helena, Mandala, Que Rei Sou Eu?, Cortina de Vidro, Rainha da Sucata, Anos Rebeldes, O Mapa da Mina e Incidente em Antares.

Nos anos 1990, ficou marcado por dois papeis: o simpático vovô Orlando Silva, de Mundo da Lua, série infantojuvenil da TV Cultura, e Eliseu Giardini, um dos grandes nomes do elenco de A Próxima Vítima.

Entre idas e vindas, ainda esteve em Razão de Viver, Canoa do Bagre, Serras Azuis, Meu Pé de Laranja Lima, Terra Nostra, Vidas Cruzadas, Esperança e Metamorphoses.

Seu último trabalho na televisão foi a novela Belíssima, entre 2005 e 2006. Vivendo Pepe na trama de Silvio de Abreu, o ator já se tratava havia quatro anos de uma insuficiência renal crônica. Quando a doença se agravou, acabou se afastando da novela e não voltou mais, recebendo uma homenagem no último capítulo, quando Murat (Lima Duarte) falou com o amigo ao telefone.

Guarnieri morreu aos 71 anos, após 50 dias de internação no Hospital Sírio-Libanês. Ele foi enterrado no cemitério Jardim da Serra, em Mairiporã (SP), cidade onde morava.

Além de seus trabalhos na televisão, no teatro e no cinema, Guarnieri era ligado ao Partido Comunista e foi secretário de Cultura da cidade de São Paulo entre 1984 e 1986, durante o governo de Mário Covas.

Foi casado com a jornalista Cecília Thompson, com quem teve dois filhos, os também atores Paulo e Flávio, e, posteriormente, com a socióloga Vanya Sant’Anna, tendo mais três filhos, Cláudio, Mariana e Fernando.

Sair da versão mobile