Uma das pioneiras da televisão brasileira, Hebe Camargo criou um estilo único de se comunicar com o público na TV. O sofá repleto de estrelas que caracterizava seu programa se tornou uma marca, que chegou a ser copiada por outras apresentadoras depois.
Uma delas foi Mara Maravilha. A morena, que fez sucesso no comando de programas infantis nos anos 1980 e 1990, tentou se reinventar adotando o mesmo estilo de Hebe. Mas a empreitada foi um fiasco.
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Mara para altinhos
Mara Maravilha (na foto acima, no Show Maravilha) foi um dos ícones da programação infantil da TV brasileira no final dos anos 1980. Mas, no início dos anos 2000, a apresentadora tentou mudar de público e se dedicar a um programa para adultos.
Isso aconteceu em 2002, quando ela se lançou à frente do programa A Noite É Nossa, da Record. Exibida nas noites de sábado, a atração tinha como principal característica um sofá no qual Mara receberia convidados para entrevistas e debates. Tal qual Hebe Camargo.
A própria apresentadora não escondeu a “inspiração”.
“Sempre fui a Xuxa do SBT, agora serei a Hebe da Record”, disse Mara à Folha de S. Paulo, de 1° de setembro de 2002.
Não deu certo
A Noite É Nossa (foto acima) foi lançado no dia 7 de setembro de 2002. Na estreia, Mara Maravilha recebeu a cantora Sula Miranda e a apresentadora Claudete Troiano, na época à frente do Note e Anote, também na Record. O jogador Ademar, do São Caetano, completou o sofá da morena, que também recebeu Rinaldo e Liriel e Jamily, ex-calouros do Raul Gil.
A conversa da noite era sobre a presença feminina no futebol. Mara contou que seu então marido era fã da modalidade e que via que as mulheres estavam se interessando mais pelo assunto. Claudete, que foi repórter esportiva, concordou. E o debate seguiu…
A estreia do A Noite É Nossa foi detonada pela jornalista Silvia Ruiz na revista IstoÉ Gente, de 19 de setembro de 2002.
“A Record, que merece elogios pela modernização que começou a fazer em sua programação nos últimos dois anos – com a estreia de programas como os de Adriane Galisteu, Boris Casoy e Amaury Jr. – deu uma demonstração de retrocesso com a contratação de Mara Maravilha para as noites de sábado. A ex-apresentadora infantil, que graças ao chamado divino deixou a tevê brasileira há alguns anos, está mais para pastora do que para apresentadora”, cravou a crítica de TV.
Substituição misteriosa
Curiosamente, durou pouco a aventura de Mara Maravilha como Hebe da Record. A Noite É Nossa, que marcava o retorno de Mara à TV quatro anos após o fim de seu infantil Mundo Maravilha, ficou pouco tempo nas mãos da veterana.
No mesmo ano, e sem maiores explicações, Mara deixou o comando do programa, que passou a ser apresentado pela cantora gospel Isis Regina (foto acima). Sob a apresentação de Isis, A Noite É Nossa foi tendo seu formato alterado, tornando-se um game show, e ficou no ar até 2004.
Em 2021, a Record voltou a utilizar o título A Noite É Nossa, desta vez para nomear um programa com Geraldo Luís. Exibido nas noites de quarta-feira, o “novo” A Noite É Nossa reunia brincadeiras com a plateia, games, musicais e entrevistas.
Apesar de ser sido criado para Geraldo, o apresentador ficou apenas um mês no comando do programa, substituído posteriormente por Luiz Bacci. Geraldo teve que se afastar após contrair Covid-19. O formato ficou no ar entre 20 de janeiro e 5 de maio, finalizado com apenas uma temporada.