Brilhando atualmente no remake de Pantanal, Osmar Prado estreou na televisão aos 10 anos de idade. O que pouca gente sabe é que o veterano ator tratou um câncer durante as gravações de outra produção da Globo.
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O ator estreou na novela David Copperfield, na TV Paulista, em 1958. Em 1965, trabalhou na primeira obra de dramaturgia da recém-inaugurada TV Globo, Ilusões Perdidas.
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Depois de uma breve passagem pela TV Excelsior, Osmar retornou à Globo, onde participou da novela Verão Vermelho (1969), escrita por Dias Gomes. Logo depois, esteve em outra novela do autor baiano, assim na Terra Como no Céu (1970). Desde então, participou de mais de 40 telenovelas, minisséries e séries.
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Entre seus papéis de maior destaque, podemos citar o jogador de futebol Mingo, de Bandeira 2 (1971), onde o ator contou com a consultoria do jogador Mané Garrincha para compor seu personagem, e o Juba de Bicho do Mato (1972), seu primeiro protagonista.
Seguiram-se as atuações em A Grande Família (1972), Helena (1975), Anjo Mau (1976), Nina (1977), Te Contei? (1978), O Amor É Nosso! (1981), Voltei Pra Você (1983), Roda de Fogo (1986), Mandala (1987), Pedra Sobre Pedra (1992).
Tião Galinha e sua saída da Globo
Em 1993, o ator viveu uma de suas interpretações mais lembradas pelos telespectadores, o Tião Galinha, de Renascer, novela de Benedito Ruy Barbosa.
O personagem era um catador de caranguejos que guardava um diabinho dentro de uma garrafa. No entanto, apesar do sucesso com o público, Osmar teve um desentendimento com um diretor da emissora e pediu a Benedito que matasse Tião Galinha.
“Durante a novela, tive um embate com um executivo da Rede Globo e eu pedi para sair, pra antecipar a morte do Tião, com ele no auge. Ele ia morrer, mas não sabia quando. Lembro que a gente chegou num impasse e decidiu que ia sair. (…) Era para matar o personagem, ia voltar a fazer teatro em São Paulo. Aí eles botaram o Tião se suicidando. O Tião foi preso, foi para cadeia, e se matou”, explicou o ator em depoimento à série Grandes Atores, no Canal Viva.
Por sua atuação, ele ganhou o APCA de Melhor Ator daquele ano. Após seu desligamento da Globo, o ator foi para o SBT, onde atuou nas novelas Éramos Seis (1994) e Sangue do Meu Sangue (1995).
Luta contra o câncer durante gravações
Osmar retornaria à Globo em 1998, na novela Meu Bem Querer e, daí por diante, nunca mais ficou fora do ar por muito tempo. Vieram em seguida Esplendor (2000), O Clone (2001), Chocolate com Pimenta (2003), Hoje é Dia de Maria (2005), Sinhá Moça (2006), Eterna Magia (2007), Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, Ciranda de Pedra (2008), Caminho das Índias (2009), Cordel Encantado (2011), Amor Eterno Amor (2012).
Em 2013, o artista levou um susto ao descobrir que tinha um tumor na garganta e foi submetido a duas cirurgias para a retirada de um carcinoma, além de sessões de radioterapia e quimioterapia. O jornal extra publicou uma declaração do ator sobre este drama pessoal:
“Tive um carcinoma de amígdala que foi detectado a tempo e retirado em duas cirurgias. Durante os exames, foi detectado um tumor de três centímetros no músculo da lateral do pescoço”.
Foi durante a recuperação da primeira operação de retirada do tumor que o ator recebeu o convite do diretor José Luís Villamarim para integrar a equipe da minissérie Amores Roubados. Durante a coletiva de imprensa da estreia da produção ele apareceu bastante magro, resultado da perda de peso ocorrida durante o tratamento.
“Digo que tive um câncer leve até. Fui para a gravação da minissérie usando gaze da primeira cirurgia. Gravei em Petrolina (no sertão de Pernambuco) toda a parte externa do meu personagem, depois parei um mês e meio esperando as gravações de estúdio e, nesse intervalo, fiz uma segunda cirurgia na garganta e mais trinta sessões de radioterapia e três de quimioterapia”, contou o ator ao site Ego, ressaltando que chegou a pesar 53kg em 2013: “Nem eu me reconhecia naquela época”.
“Tive o apoio fantástico da mulher, das minhas filhas, dos meus parentes mais próximos. Eles realmente fecharam comigo. Da doença, guardei a minha máscara de quimioterapia, de lembrança. Tem gente que joga fora e não quer saber mais do assunto, mas guardei a minha como lembrança da minha recuperação”, completou.
Na mesma entrevista, o ator ainda disse que não teve medo de morrer.
“Não posso ter medo daquilo que não conheço, tenho é medo do sofrimento”, declarou.
No ano seguinte, viveu o Coronel Epa no remake de Meu Pedacinho de Chão, as séries Nada Será Como Antes (2016), Ilha de Ferro e Carcereiros (2018) e Órfãos da Terra (2019).
Velho do Rio
Atualmente com 75 anos, Osmar Prado vive um dos momentos mais emocionantes de sua carreira. Ele está no elenco do aguardado remake de Pantanal, na TV Globo, escrito por Bruno Luperi.
O artista vive o Velho do Rio, personagem emblemático dentro do folhetim, uma espécie de guardião deste paraíso ecológico.
“É uma grande responsabilidade. Ele foi brilhantemente representado pelo Claudio Marzo. O Velho do Rio é com uma entidade de respeito à natureza, hoje tão vilipendiada pela política agrária atual”, declarou o ator à coluna de Patrícia Kogut no jornal O Globo.