O grande desafio da televisão é prender a atenção dos jovens, missão muito difícil em tempos de Youtube e Netflix. Na intenção de atrair a geração millenium, alguns Youtubers tentaram uma carreira na TV, mas não funcionaram bem. Kéfera e Felipe Neto são os maiores exemplos deste movimento de inversão de telas. Mas, o que dois dos maiores influenciadores digitais não conseguiram, o #VaiFernandinha fez. Levou o formato e o público da internet para a Televisão.

Fernanda Souza é a primeira youtuber dentro da TV. É como se o #VaiFernandinha fosse um canal na plataforma de vídeos e o Multishow fosse o Youtube. Confuso? Nem tanto. A atriz descobriu o poder das redes sociais depois que ingressou no Snapchat e fez sucesso por lá.

Próxima do público teen pela espontaneidade e presença constante nas redes sociais, querida por quem assiste televisão e um adicional de nostalgia (quem nunca se transformou com magia e veio a vontade de cantar?). Aliás, este sentimento de “me respeita que eu sou dessa época”, mexe com o coração dos ‘tuiteiros’ de plantão. Ou seja, muita coisa ao favor da persona “Fernandinha”.

Vamos por partes! O nome já flerta com a web, uma expressão jovem facilmente utilizada no ambiente digital mais o símbolo (#) utilizado em tags, principalmente no Twitter. Não à toa, o programa sempre está entre os assuntos mais comentados do microblog. A apresentadora interage online com os fãs durante a exibição da atração, responde comentários, tuita bastante e faz lives. Inclusive, estar nos trending topics é uma nova maneira de medir audiência.

No YouTube a edição é o segredo do negócio, está aí a grande sacada do #VaiFernandinha. Apesar de usar ângulos de televisão, recursos e mais equipamentos, a edição é idêntica aos canais de youtubers. O corte é feito de maneira muito semelhante, inclusão de tags, emojis, closes e congelamentos que dinamizam e enriquecem o vídeo.

Qual o segredo do sucesso do #VaiFernandinha no Multishow? Uma mistura interessante de elementos característicos da televisão com influências marcantes dos vídeos do YouTube, como Hotel Mazzafera, de Matheus Mazzafera, Vendi Meu Sofá, de Gabriela Pugliesi, Nah Cardoso, Gioh, de Giovanna Ewbank, Boca Rosa, de Bianca Andrade, entre outros.

Todos eles gravam geralmente em casa, com uma ou duas câmeras e investem pesado na edição, interação com os convidados ou inovação na forma como apresentam o conteúdo.

O que vale na internet é intimidade, curiosidades, ver celebridades sendo ‘gente como a gente’. Coisas que em entrevistas de televisão são impossíveis de ver, declarações difíceis de arrancar e segredos que todos querem saber. Além de situações cômicas.

Nada melhor do que ver o artista que você curte descontraído, brincando de coisas que você brinca com os amigos e contando espontaneamente seus ‘causos’, não é mesmo? Essa faceta só o Youtube conseguia, antes do #VaiFernandinha existir.

Quadros como Leitura Labial, Mímicas, Quiz, Quem sou eu?, Bophe e Mina Maker e o maravilhoso Eu Nunca são adaptações de quadros dos canais de sucesso supracitados. As brincadeiras envolvem os convidados e garantem momentos memoráveis.

Todos ficam muito à vontade, a própria Fernanda também. A atriz como apresentadora é uma grata revelação, conduz na medida e entretém muito bem.

No #VaiFernandinha tem palavrão, tem cozinha vibes Namaria, tem uns drinks para relaxar e muita resenha. Em sua segunda temporada, a atração já é sucesso consolidado na TV fechada e consegue agradar gregos e troianos. Será que o formato seria sucesso na TV aberta?


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