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É comum que a Globo tente “salvar” uma novela que não correspondeu às suas expectativas. Mas nem sempre o canal consegue colocar uma história problemática nos eixos. É o caso de Fuzuê.
A novela de Gustavo Reiz terminou apressada e cheia de desfechos sem sentido. Ou seja, não foi muito diferente de sua trajetória, já que a trama mudou da água para o vinho na tentativa de conquistar o espectador e acabou se perdendo nesse caminho.
Tesouro flopado
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A lição que fica para a Globo com o fiasco de Fuzuê é que novela sobre caça ao tesouro não costuma dar certo. O Mapa da Mina (1993) e Negócio da China (2008) são alguns dos exemplos frustrados deste tipo de narrativa.
Isso aconteceu com Fuzuê. O mote da caça às relíquias da Dama de Ouro (Zezé Motta) não conquistou o público, que considerou a história confusa e repetitiva. Não por acaso, a busca pelo tesouro foi abreviada e a novela tomou outro rumo.
O final do tesouro, aliás, foi decepcionante. Afinal, parte dele foi convertido em dinheiro, que acabou sendo roubado de Maria Navalha (Olívia Araújo) por Pascoal (Juliano Cazarré). No final, Preciosa (Marina Ruy Barbosa) conseguiu colocar a mão na grana e partiu em um cruzeiro.
Ou seja, a grande vilã da novela, que aprontou horrores para conquistar o tesouro, acabou mesmo ficando com ele. Justiça?
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Personagens pouco explorados
Fuzuê tinha uma série de tipos interessantes, mas que não foram desenvolvidos adequadamente pelo autor Gustavo Reiz. Miguel (Nicolas Prattes), por exemplo, tinha mais personalidade quando fazia o típo covarde. Mas, do nada, ele tirou os óculos e virou herói. Ficou chato.
Lampião (Ary Fontoura) era outro personagem promissor que não decolou. O Beco do Gambá era um cenário diferente, mas a história ali nunca teve grande destaque dentro da trama. Com isso, o veterano passou vários capítulos apagados. Só ganhou uma história para chamar de sua com a entrada de Mercedes (Ana Lucia Torre).
Até Maria Navalha (Olívia Araújo) parecia melhor no começo. A mãe de Luna (Giovana Cordeiro) era misteriosa, controversa. Mas, no decorrer da história, ela acabou perdendo importância. O câncer que ela sofreu pareceu ter sido criado apenas para que ela tivesse um drama. E, ainda por cima, teve um desfecho apressado no último capítulo.
Thriller policial não convenceu
Mas o pior de Fuzuê foi abrir mão do bom humor inicial para enveredar por uma trama policial sem graça. César (Leopoldo Pacheco) não era um vilão carismático e a história perdeu muito quando ele assumiu as maldades da trama.
Pascoal também nunca convenceu como vilão. Por isso, o duelo final que culminou com a morte dos dois personagens foi sem graça. As armações e perseguições não levaram a novela para lugar nenhum.
Em suma, Fuzuê prometia resgatar a comédia descompromissada do horário das sete. Mas não cumpriu a promessa. Em vez disso, ofereceu uma trama sombria, frouxa e sem carisma, que não deixa saudades. Que venha Família é Tudo.