Facada de Renato foi um blefe: Um Lugar ao Sol voltou ao mesmo lugar
27/02/2022 às 11h19
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Semana #16
Falta um mês para o término de Um Lugar ao Sol. Nas chamadas, a Globo já anuncia “Últimos capítulos!“.
Confesso que sinto um alívio. Para quem acompanha a novela todos os dias, religiosamente, é maçante ver a trama dando voltas, com cenas repetindo-se praticamente em todos os núcleos.
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Falando nisso, o gancho da criança perdida repetiu-se nessa semana. Antes foi com Lara, que cuidava de Marri, mas encontrou Renato e a menina sumiu. Nessa semana foi Mel, que estava com Nicole e sumiu. É disso que estou falando!
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Blefe da autora
O fato mais relevante na semana que passou foi Renato ter levado uma facada. Mas foi relevante mesmo? Na realidade, uma situação aleatória criada pela autora para fazer render mais uma semana de novela.
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Primeiro Bárbara exige que Renato cumpra a cláusula do contrato que prevê uma multa caso ele se separe. Depois ela ameaça denunciá-lo para a polícia por causa do crime ocorrido no passado. Na sequência, Renato é esfaqueado. Bárbara volta atrás. E tudo volta atrás.
Conclusão: mais uma semana passou e a novela não andou. A facada em Renato foi um blefe da autora.
O único fato que pode mesmo mexer as peças do tabuleiro de Um Lugar ao Sol é Santiago ter descoberto que Túlio o rouba na empresa há anos. É Túlio quem vai encaminhar a trama para o último mês de novela. Não a facada, que nada agregou para a história.
Apesar dos pesares
– A novela patina, mas tem umas sutilezas que fazem valer a pena. Thaiane roubou um anel de Lara e Noca “livrou a cara” dela. Thaiane não sabe por que colocou o anel no bolso e Noca não sabe por que a protegeu.
No diálogo com a funcionária, Noca disse que não a julgava, só queria entender o que aconteceu, e que o ato de Thaiane não anulava a boa pessoa que ela é, desde que ela admitisse que roubou.
“Pegar uma coisa de outra pessoa pode ser um pedido de socorro, pode ser um jeito de dizer ‘eu não tenho isso, nunca tive isso’ (…) Às vezes, a gente querer ter e não poder ter é muito difícil. Eu falo de cadeira. Sempre quis estudar. Queria, queria, queria e nunca pude estudar. Mas isso é outra história. E olha, obrigada pela conversa. Valeu pra mim também!”.
– Falando em Noca, ela e Aníbal passam a noite juntos, mas ele “pifa”. Claro, qualquer personagem masculino de Lícia Manzo dá algum tipo de defeito, de fábrica ou de tempo de uso, físico ou de caráter.
Salvam-se alguns poucos, mas “remendados”, como Santiago. Se bem que Paco é legal, não é remendado. Bem, a novela não acabou, vai que até o final descobre-se alguma “falha” em Paco, ainda oculta.
– Ana Beatriz Nogueira esteve esplêndida na sequência no hospital em que fica desesperada ao saber que Renato corria perigo de vida. Mas fiquei encafifado: Elenice realmente sentiu de coração, ou foi mais um teatro da personagem?
– Adoro Fernando Eiras e sua composição para Teodoro: interpretação, caracterização (figurino, bigodinho), trejeitos, jeito de falar, etc. Ele e Ana Beatriz Nogueira são atores que enchem uma cena.
– Ilana, toda cheia de questões por causa da homossexualidade de Gabriela, pergunta a Rebeca se é saudável para uma criança crescer em um lar com duas mães, sem a presença de um homem.
Entendo que todos os questionamentos da personagem servem para levar o público à reflexão, e isso é ótimo.
Apenas uma pequena ressalva para o fato de Ilana trabalhar com moda, um universo repleto de homossexuais, com quem ela conviveu por toda sua carreira.
Mas ok, também entendo que uma pessoa, por mais esclarecida, só passa a sentir uma determinada situação quando acontece com ela. Não é uma crítica, apenas uma ponderação.