Em janeiro de 2018, a Globo vai estrear uma novela medieval em pleno horário das sete, após uma longa sequência de tramas contemporâneas na faixa. Para apresentar o trabalho da equipe de caracterização e produção de arte, a emissora me convidou (juntamente com outros blogueiros e alguns fãs) para conhecer a cidade cenográfica nos Estúdios Globo (antigo Projac) e o processo de criação desse novo produto.

Como se nota, a antecipação é grande. A emissora vem se organizando cada vez mais no processo de produção das novelas e quanto mais trabalhoso é um folhetim, mais cedo ele começa a ser preparado. Como se trata de um enredo de época e rico em detalhes, a construção da cidade cenográfica começou em março desse ano, logo depois da aprovação da sinopse de Daniel Adjafre, que estreia sua primeira trama como autor solo, após anos colaborando com outros escritores.

Alguns integrantes da equipe de Mídias Sociais da Globo apresentaram para os convidados o logo da novela e exibiram um vídeo expondo o trabalho dos diretores, cenógrafos e todos os envolvidos na produção da trama, incluindo o autor, em cima da elaboração desse desafio. Sim, a palavra ‘desafio’ foi repetida inúmeras vezes por eles. E, observando toda a estrutura dessa novela, é fácil entender o porquê. Realmente se trata de algo épico, sem dever a produtos internacionais que costumam se apoiar em enredos medievais.

Após o vídeo, houve uma apresentação da cidade cenográfica, repleta de figurantes e em pleno ‘funcionamento’. Estavam gravando as passagens de cena, que muitas vezes duram segundos no ar e ninguém imagina o trabalho para gravá-las.

O diretor Fabrício Mamberti nos contou um pouco da história e fez a figuração cantar e dançar especialmente para nós. Interrompemos as gravações por uns minutos, mas logo depois recomeçaram. E foi possível acompanhar com mais detalhes todo o cuidado da equipe em produzir algo perfeito para o público. Tinha até ovelha, cabra, cavalo, pato, galinha, enfim, tudo o que aldeias típicas desse enredo costumam ter. Até o cheiro era real. O capricho das construções também impressionou.

Parte do figurino também foi mostrada, focando em alguns personagens principais: o príncipe Afonso (Rômulo Estrela) e seu irmão Rodolfo (Johnny Massaro), a princesa Catarina (Bruna Marquezine) e a plebeia Amélia (Marina Ruy Barbosa). Roupas cuidadosamente costuradas e belíssimas, o que nem chegou a ser uma surpresa em se tratando de produção de arte de folhetins da Globo. É uma constante. Até Rômulo Estrela apareceu para nos receber e esbanjou simpatia.

No final, o diretor ainda contou um pouco como é feito o trabalho em 3D, mostrando imagens computadorizadas que serão inseridas na novela. Foram feitas várias gravações em locais como Irlanda, Islândia, Inglaterra, entre outros, com o intuito de reproduzir os castelos (e as belíssimas paisagens) desses locais no enredo.

Vários castelos, por exemplo, são ampliados por meio da computação, ganhando até dois andares, com o intuito de deixá-los mais críveis para a época do folhetim (entre 1200 e 1400). Até cavalos em 3D são criados com perfeição, assim como jardins e carroças.

Deus Salve o Rei será protagonizada por Rômulo Estrela e Marina Ruy Barbosa, tendo Bruna Marquezine como vilã. A trama se dividirá entre os reinos de Artena e Montemor, representando uma aparente troca de favores dos mesmos (um é rico em água e o outro esbanja minério) com o intuito de manter a paz. Claro que ao longo do enredo a calmaria se dissipará. Ainda tem tempo para estrear, mas já deu para ver que será uma novela caprichadíssima e uma grande ousadia para o horário das sete, acostumado a formatos contemporâneos e mais cômicos. Promete.

SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook. Ocupa este espaço às terças e quintas


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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor