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Mulheres Apaixonadas (2003) está sendo reapresentada pela segunda vez no Vale a Pena Ver de Novo. Há poucos anos, outros clássicos de Maneco também ganharam um segundo repeteco, casos de Por Amor (1997) e Laços de Família (2000). As histórias do autor costumam registrar boa audiência na tradicional faixa de reprises da emissora.
Letícia Sabatella em Páginas da VidaMas, curiosamente, um grande sucesso do criador das Helenas está há anos esquecida na gaveta do canal. Enquanto as obras citadas são reprisadas à exaustão, Páginas da Vida (2006) nunca ganhou uma segunda chance na emissora aberta. Trata-se do último sucesso de Maneco e uma das tramas das nove mais vistas da década de 2000.
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Mais uma Helena de Regina Duarte
A atriz Regina Duarte, que já havia encarnado a protagonista Helena em História de Amor (1995) e Por Amor, voltava ao tipo em Páginas da Vida. Desta vez, a heroína é uma médica que vive uma crise no casamento com Greg (José Mayer), que a trai com Carmem (Natália do Vale).
Mas a vida de Helena muda quando ela conhece Nanda (Fernanda Vasconcellos), uma jovem grávida de gêmeos que passa por um parto de emergência após um acidente. A garota vive um drama, já que foi abandonada pelo namorado Léo (Thiago Rodrigues), e sua mãe, Marta (Lilia Cabral), nunca aceitou a gravidez.
Eis que Nanda dá à luz um casal e morre em seguida. Porém, Marta rejeita a neta, que nasceu com Síndrome de Down. Helena, então, adota a garota, que é batizada como Clara (Joana Mocarzel). Já seu irmão Francisco (Gabriel Kaufmann) é criado por Marta e seu marido, Alex (Marcos Caruso), que acredita que a neta morreu.
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Grande sucesso
Além da história envolvendo Helena, Marta e os filhos de Nanda, Páginas da Vida também é centrada na enorme família de Tide (Tarcísio Meira) e Lalinha (Gloria Menezes), um casal com sete filhos. Uma delas é Carmem, com quem Greg se casa após se separar de Helena. Outra é Olívia (Ana Paula Arósio), que, no decorrer da trama, engata um romance com Léo, que por sua vez, briga com Helena pela guarda de Clarinha.
Com uma gama enorme de personagens e histórias, Páginas da Vida caiu no gosto do público e registrou ótima audiência no horário nobre da Globo entre julho de 2006 e março de 2007. No geral, o folhetim rendeu média de 47,08 no Kantar Ibope Media.
O resultado coloca Páginas da Vida como a quarta novela das nove mais vista da década de 2000. A trama só ficou atrás de Senhora do Destino (2004), com 50,3; América (2005), com 49,2; e Belíssima (2005), com 48,4. O resultado, inclusive, é melhor que o de Mulheres Apaixonadas, que anotou 46,5 pontos de média em 2003, ano de sua primeira exibição.
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Por que a Globo não reprisa Páginas da Vida?
Sendo assim, o motivo para que a Globo nunca tenha reprisado Páginas da Vida é um mistério. Afinal, além da alta audiência registrada em sua exibição original, a novela também chegou a ser bastante pedida pelos fãs para retornar, o que nunca aconteceu. A trama só ganhou uma reprise no Viva, entre novembro de 2021 e julho de 2022, alcançando boa repercussão.
Há quem acredite que a presença de Regina Duarte – persona non grata na Globo desde que deixou a emissora para assumir um cargo no governo de Jair Bolsonaro – seria um motivo para que a emissora não reprisasse a trama. O que não faz muito sentido, já que a trama poderia ter sido reprisada antes disso, o que não ocorreu.
Outro motivo seria o fato de Páginas da Vida ter sido alvo de muitas críticas na época de sua exibição. Apesar dos números em alta, muita gente reclamava do excesso de personagens e do fato de a trama não andar. Até mesmo atores do elenco, como Leandra Leal (Sabrina) e Louise Cardoso (Diana), reclamaram publicamente do pouco espaço que ocuparam na obra.
Parceria duvidosa
Vale lembrar ainda que Páginas da Vida marcou o início da parceria de Manoel Carlos com o diretor Jayme Monjardim, que acabou não agradando todo mundo. Anteriormente, Maneco vinha de uma série de novelas de sucesso dirigidas por Ricardo Waddington.
A dobradinha Maneco e Waddington rendeu as elogiadas História de Amor, Por Amor, Laços de Família e Mulheres Apaixonadas, tramas consideradas “queridinhas” dos fãs do autor. O diretor conseguiu imprimir agilidade ao texto por vezes contemplativo e baseado em diálogos do novelista.
Com Monjardim, o texto de Maneco ganhou outro ritmo. O diretor é conhecido por seu estilo mais cadenciado, o que imprimiu alguma morosidade em Páginas da Vida. Ainda assim, a novela foi bem-sucedida, já que as obras posteriores se revelaram desastres. Viver a Vida (2009) e Em Família (2014) foram duramente criticadas pelo ritmo devagar quase parando.