MEMÓRIA
Tristeza: autor de Alma Gêmea perdeu braço direito durante novela da Globo
21/11/2024 às 18h18
Walcyr Carrasco está colhendo os louros de mais uma reprise exitosa de Alma Gêmea no Vale a Pena Ver de Novo.
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O autor que virou os salvador da pátria da emissora nos últimos anos, entretanto, teve motivos para chorar durante outra novela que escreveu para a emissora.
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Pioneiro da televisão brasileira
Estamos falando de Walter Avancini, diretor de novelas históricas como Selva de Pedra (1972), Gabriela (1975), Xica da Silva (1996) e O Cravo e a Rosa (2000), entre outras.
Lutando contra um câncer e já bastante debilitado, o diretor precisou se afastar da direção de A Padroeira, em 2001, e acabou não voltando mais.
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Avancini, que começou na carreira artística aos oito anos, foi um dos pioneiros da televisão brasileira, em 1950, exercendo as funções de ator, sonoplasta e roteirista na Tupi, para depois virar diretor na TV Excelsior, função que seguiu até o fim da vida.
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Volta à Globo
Após alguns anos longe da Globo, ele passou por Bandeirantes, SBT e, por fim, na Manchete, onde foi o responsável por dirigir Xica da Silva.
Avancini acabou voltando à Globo em 2000, para trabalhar junto com Carrasco numa novela das seis que também faria muito barulho – O Cravo e a Rosa, até hoje uma das recordistas da faixa.
“O trabalho da Marluce (diretora geral da Globo, Marluce Dias da Silva) no momento é manter o padrão de qualidade que herdou do Boni, ao mesmo tempo em que enfrenta uma competição num nível mais popular com outras emissoras”, disse, em entrevista ao Jornal do Brasil em 23 de junho de 2000, quando falava de seu retorno à emissora.
Fiasco
Infelizmente, Avancini acabou se despedindo da televisão num fiasco.
Alguns meses após o fim de O Cravo e a Rosa, Avancini e Carrasco voltaram ao horário da seis, desta vez com A Padroeira, trama inspirada no romance As Minas de Prata, de José de Alencar, que já havia sido adaptado como novela para a Excelsior, com direção de Avancini.
O diretor chegou a implantar a trama, mas acabou precisando se afastar por problemas de saúde.
Morte
Após ser diagnostico com um câncer na próstata, Avancini foi internado no CTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, em julho de 2001, após apresentar alteração na coagulação do sangue e hemorragia no intestino.
Pouco tempo depois, no dia 27 de setembro de 2001, Walter Avancini morreu, aos 68 anos, em decorrência de uma insuficiência respiratória provocada por um quadro de patologia prostática.
Conclusões finais
“Suspeitava que estivesse doente, mas nunca comentava. Era como se a enfermidade fosse algo que o diminuísse. Já estava doente, mas adorava trabalhar. Tinha disposição invejável. A ideia original de A Padroeira é dele”, explicou, em entrevista à Folha de S.Paulo.
“Mas, para nossa tristeza, não pôde levar o projeto à frente. Continuamos a nos falar com alguma frequência. Falamos, é claro, sobre novos projetos. Eu sofria, pois não acreditava que fossem acontecer. Mas lá dentro eu torcia para que houvesse uma reviravolta e fizéssemos pelo menos mais um trabalho juntos”, continuou.
“Espero que, seja onde for, exista uma máquina caça-níquel para ele brincar de vez em quando. De fato, um pedaço de mim que se vai”, completou o autor.
Walter Avancini foi casado duas vezes e teve quatro filhos: a atriz Andréa Avancini, que viveu Terezinha em Alma Gêmea, o diretor Alexandre Avancini, o artista plástico Otávio Avancini e Antônia.