Há exatamente cinco anos, no dia 22 de março de 2017, a Globo estreava a novela Novo Mundo. Na última cena da produção, que terminou em 25 de setembro daquele ano, a personagem Anna Millman (Isabelle Drummond) faz uma reflexão sobre os rumos que a trama tomou diante das expectativas dos personagens estrangeiros antes de desembarcarem no Brasil.

“Hoje, olhamos para dentro de nós e descobrimos um Novo Mundo”, finalizou a personagem, caminhando invisível pela platéia que assistia a uma peça teatral.

Leopoldina (Letícia Colin) e Dom Pedro I (Caio Castro) terminaram rindo, felizes da vida.

O que pareceu o fim de um conto de fadas, na realidade foi um grande pesadelo para a Imperatriz do Brasil. Por isso, vamos desvendar agora como foi o triste fim de Maria Leopoldina, importante nome da Independência do Brasil.

Casamento conturbado

Como todos sabemos, o casamento de Dom Pedro I e Maria Leopoldina nunca foi perfeito. As inúmeras amantes do Imperador logo deixaram claro para Leopoldina que a convivência com ele não seria fácil.

Em Novo Mundo, parte do relacionamento abusivo é mostrado: Dom Pedro desfruta de várias amantes durante os capítulos, com destaque para Domitila (Agatha Moreira) e sua irmã Benedita (Larissa Bracher), sendo que ambas engravidaram do Imperador na vida real.

De acordo com relatos dos historiadores, Leopoldina teve que suportar as infidelidades e o temperamento violento do jovem Imperador por toda a vida, realidade que a ficção não mostrou.

O ápice dos abusos de Dom Pedro foi trazer Domitila para a Corte e fazer com que a amante convivesse com sua esposa no mesmo ambiente – e, pior, com sua filha bastarda.

Últimos meses

Leopoldina

Se a novela se encerra por volta de 1824, vamos avançar ao ano de 1826, quando tudo desabou para Leopoldina.

Grávida, depressiva e vítima de todos os tipos de violência, a Imperatriz teve que engolir sua rival tornar-se Marquesa de Santos em 12 de outubro daquele ano.

No dia 20 de novembro, antes de embarcar para o Sul, Dom Pedro exigiu que Leopoldina participasse com ele do rito “beija-mão” (cerimônia onde os nobres beijam na mão dos monarcas), junto com Domitila.

Com a negativa de Leopoldina, Dom Pedro teria arrastado a esposa pelo palácio, agredindo-a com palavras e chutes em seu ventre, mesmo com avançado estado de gravidez.

Triste fim

A Imperatriz, que há meses encontrava-se em grave processo de depressão, na 12ª semana de gravidez teve a saúde profundamente abalada. Em sua última carta à irmã Maria Luísa, ela menciona um terrível atentado que sofrera pelas mãos de seu marido na presença da amante.

A carta, assinada na madrugada de 8 de dezembro de 1826, também era uma despedida. Leopoldina teria um aborto espontâneo três dias depois, morrendo por complicações do parto mal-sucedido.

É muito difundida a versão de que Maria Leopoldina teria morrido em consequência das agressões desferidas contra si durante os acessos de raiva de seu marido, mas nada foi comprovado oficialmente.

A nova esposa

Após a morte de Leopoldina, Dom Pedro iniciou uma busca para encontrar uma nova esposa, mas seu temperamento difícil havia se espalhado pelo mundo e ninguém queria casar-se com ele.

Em 1829, Dom Pedro I casou novamente, dessa vez com a princesa Amélia de Leuchtenberg. Ele rompeu definitivamente com Domitila e prometeu a todos que tentaria ser a melhor pessoa possível, coisa que não havia sido com ex-mulher.

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Alexandre Pequeno é jornalista e apaixonado pelas novelas brasileiras desde a infância. A paixão foi tanta que seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi sobre a novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos. Em 2018, lançou o canal Novelando, onde aborda, de forma bem humorada, sobre as tramas que marcaram a história da TV. Já publicou contos e crônicas em antologias nacionais Leia todos os textos do autor