Em maio, o público e os próprios funcionários do canal Loading foram surpreendidos com a notícia do encerramento da produção de conteúdos inéditos da emissora.

Prestes a completar seis meses de vida, o Loading, voltado para animes, games e cultura pop, até conseguiu bons resultados em audiência para seu porte, mas perdeu o investimento da Kalunga, sua principal patrocinadora, que enfrenta uma crise financeira, e não conseguiu outros anunciantes, além de arcar com altos custos de licenciamento de programas em dólares.

O encerramento das atividades do Loading engrossou a lista de canais que duraram pouco no Brasil.

Confira outras 10 iniciativas que não deram certo:

TV Rio

Ícone da televisão brasileira nos anos 1950 e 1960, a TV Rio perdeu força e saiu do ar em 1977. Em 1988, a emissora foi recriada por Nilson Farini, da Primeira Batista de Niterói.

Apostando em uma programação local e comandada por Walter Clark, todo-poderoso da Globo nos anos 1960 e 1970 ao lado de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o projeto não decolou e logo foi trocado por programas evangélicos.

Do jeito que deu, o canal ficou no ar até 1992, quando foi vendido para a Record, se transformando na atual Record Rio.

TV Jovem Pan

Nas últimas semanas, a mídia vem divulgando que a Jovem Pan quer lançar um novo canal de televisão. O grupo já se aventurou no segmento através da TV Jovem Pan, que estreou em 1991, com sinal UHF e grande estrutura.

Após algum barulho nos primeiros meses, incluindo transmissões esportivas, os sócios se desentenderam e o canal começou a entrar em decadência em 1992.

Pouco restou da ideia original e a emissora foi substituída pelo Canal Brasileiro da Informação (CBI) em julho de 1995. Sua sede e seus equipamentos foram vendidos para a Record.

Uma nova empreitada do grupo estreou no último mês de outubro, inicialmente na TV por assinatura. Trata-se da Jovem Pan News.

Rede OM

Apesar de existir desde os anos 1980, apenas no Paraná, foi em 1992 que a Rede OM se tornou conhecida em todo o Brasil.

Essa nova fase foi marcada pela aquisição da TV Corcovado, no Rio, e o anúncio de uma parceria com a TV Gazeta, de São Paulo. Uma das estrelas do canal era ninguém menos que Galvão Bueno, que deixou a Globo, para narrar a Libertadores daquele ano na nova casa.

Com problemas financeiros, após seis meses de estreia no território nacional, um escândalo político envolvendo o deputado José Campos Martinez foi a pá de cal.

Os profissionais foram demitidos, quase toda a grade foi extinga, Galvão voltou para a Globo e a OM acabou virando CNT em maio de 1993.

CBS Telenotícias

Sediada em Miami, a versão em português da CBS Telenotícias entrou no ar em outubro de 1997, tendo como estrelas nomes como Eliakim Araújo e Leila Cordeiro e uma parceria com o SBT, que exibia parte de seu conteúdo.

Em 2000, o canal foi vendido para a Telemundo, dos Estados Unidos, e acabou saindo do ar.

FizTV

Mais uma tentativa do Grupo Abril de se estabelecer na televisão, a FizTV entrou no ar em 29 de julho de 2007, apoiada no site Fiz, onde o público podia enviar vídeos.

A programação também era composta por atrações de produtoras independentes. A empreitada durou dois anos, saindo do ar em julho de 2009.

TV JB

Em 2007, o empresário Nelson Tanure, que investia em publicações como o Jornal do Brasil e a Gazeta Mercantil, fechou uma parceria com a CNT, que seria gradualmente transformada em TV JB.

Com estreia em 17 de abril, inicialmente eram mostradas seis horas de produção própria, no horário nobre, incluindo o Telejornal do Brasil, com Boris Casoy.

Mas os planos não saíram conforme o esperado. A audiência não saiu do traço e logo surgiram problemas financeiros.

No dia 5 de setembro de 2007, por decisão judicial, a CNT parou de transmitir a programação da TV JB, alegando falta de pagamento.

No dia 10 do mesmo mês, as atrações voltaram ao ar através da Rede Brasil, no mesmo esquema, mas somente por uma semana.

No dia 17 de setembro, apenas cinco meses depois da estreia, veio a derradeira edição. Mais de 200 pessoas foram demitidas com o fim da TV JB.

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TV Corinthians

Em 1º de março de 2011, entrou no ar a TV Corinthians, primeiro canal de televisão voltado exclusivamente para um clube de futebol brasileiro.

Mais de 100 funcionários foram contratados para a empreitada, que tinha experientes profissionais nos bastidores. Além disso, foi fechada uma parceria para a exibição de conteúdo na TV Esporte Interativo.

Mas a emissora não rendeu o esperado, saindo do ar em setembro de 2013.

BRZ

Outra iniciativa do Grupo Abril, substituiu a antiga MTV Brasil no sinal via satélite. Entrou no ar em 1º de abril de 2012, como se fosse uma espécie de spin-off da antecessora, exibindo videoclipes nacionais.

Posteriormente, mostrou atrações como telenovelas e programas agropecuários. No dia 1º de fevereiro de 2014, saiu do ar, dando lugar para a Ideal TV.

SuperMix

Lançado em 30 de agosto de 2012, o SuperMix foi um canal de São Paulo (SP) que exibia programação da Mega TV e da Mix TV, além de produções próprias, geralmente ligadas ao segmento musical.

A emissora foi descontinuada em 3 de novembro de 2014.

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TV Ultrafarma

Até a Ultrafarma já teve um canal de televisão. Comandada pelo empresário Sidney Oliveira, a emissora entrou no ar em 1º de março de 2015, exibindo programas próprios que já eram mostrados em canais como RedeTV! e TV Gazeta.

O canal também foi utilizado como braço promocional da rede de farmácias. A TV Ultrafarma ficou no ar até 30 de junho de 2017.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor