Trindade não é o único: diabo esteve em outras novelas do autor de Pantanal

07/06/2022 às 18h00

Por: Fabio Marckezini
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Antonio Fagundes em Renascer (Foto: Divulgação / Globo)

No remake de Pantanal, Trindade (Gabriel Sater) vendeu sua alma ao diabo para que pudesse tocar o violão com perfeição. Nos próximos capítulos da novela, o peão se envolverá com Irma (Camila Morgado), que posteriormente terá um filho dele. A criança virá ao mundo com poderes sobrenaturais, assustando os moradores do local.

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Renascer

Um fato curioso é que essa não é a primeira vez que Benedito Ruy Barbosa usou a figura do diabo em suas novelas. Além da primeira versão de Pantanal, exibida em 1990 pela Manchete, o entrecho foi utilizado em Paraíso, exibida originalmente em 1982, com remake em 2009, e Renascer, no ar em 1993 (foto acima).

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Paraíso

Paraíso

Em Paraíso, o personagem Eleutério (Cláudio Corrêa e Castro) tinha uma estranha relíquia: uma garrafa com um diabo dentro dela.

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O povo da fictícia cidadezinha onde se passava a trama acreditava que o objeto dava grandes poderes ao coronel.

No entanto, quando sua esposa morreu depois do parto do filho do casal, não demorou para os moradores culpar o tal diabinho pelo ocorrido. E, pior que isso, atribuir a ele a paternidade do recém-nascido.

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Paraíso

O garoto cresceu e a história se perpetuou. O inquieto José Eleutério, o Zeca, vivido por Kadu Moliterno, ganhou e fez jus à fama que trazia desde o berço. Onde quer que chegasse, era tido como o filho do diabo – e alimentou essa lenda.

Na nova versão, o papel de Eleutério ficou a cargo de Reginaldo Faria, enquanto Zeca foi vivido por Eriberto Leão.

“Até hoje, em alguns lugares, me chamam de Filho do Diabo”, relembrou Kadu, que participou do remake como o comerciante Bertoni.

Renascer

Renascer

Essa mesma história, de forma semelhante, voltou como um gancho em Renascer. José Inocêncio (Antônio Fagundes), tinha o cramulhão guardado dentro de uma garrafa.

O catador de caranguejos Tião Galinha (Osmar Prado), um dos personagens mais populares da trama, acreditava que a riqueza do coronel veio desse estranho amuleto. Ingênuo, vivia atrás de um “capeta” para que sua vida melhorasse.

Benedito Ruy Barbosa

No livro Autores, Histórias da Teledramaturgia, do Projeto Memória Globo, Benedito Ruy Barbosa contou como essa história do “diabinho na garrafinha” entrou em suas novelas:

“Eu tinha ouvido um causo sobre um tal de Seu Firmo, o fundador das fazendas da região, que havia dividido suas terras entre os sete filhos. Seu Firmo tinha a proteção do capeta e guardava o diabo na garrafa. Contaram que um dia, Seu Firmo havia aparecido com essa garrafa, botado dentro de casa e, a partir de então, virado protegido: nenhuma bala entrava nele.

Nas noites de florada, Seu Firmo abria a garrafa, o diabinho pulava para fora e virava um bode enorme, com os olhões brilhando feito brasa. Seu Firmo montava nele e o bode saía voando, mijando no cacau. Na manhã seguinte, o que nascia de flor era uma maravilha! Por isso que não tinha cacau que desse mais do que o do Seu Firmo, por causa do mijo do diabo, que adubava”.

Assim como em 1990, o público que acompanha Pantanal agora está de olho em Trindade e quer saber como será o destino do violeiro que tem acordo firmado com o “capiroto”.

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