Se você perguntar para alguém qual foi a melhor novela da história da Globo, geralmente a resposta vai ficar entre Vale Tudo, Roque Santeiro, Selva de Pedra, Mulheres de Areia, A Viagem, Avenida Brasil e afins.
Mas e qual foi a pior novela já produzida pela emissora? É uma discussão que também pode render, apesar de, normalmente, serem citadas três tramas que ficaram marcadas negativamente: Anastácia, Mulher sem Destino, O Amor é Nosso e Tempos Modernos, que reuniu astros como Antônio Fagundes e Grazi Massafera (na foto acima, em Bom Sucesso). Evidentemente, outras novelas entram na briga, de acordo com o gosto de cada um.
Anastácia, a Mulher sem Destino
No longínquo ano de 1967, o ator Emiliano Queiroz se meteu a escrever Anastácia, a Mulher sem Destino. Sem experiência no setor, criou muitos personagens para dar emprego aos amigos e acabou se perdendo na condução da trama.
A Globo convocou uma experiente novelista, que fazia sucesso no rádio e em outras emissoras, para tentar dar um jeito na produção. Seu nome era Janete Clair, que, assim, estreou no canal.
Com carta branca, ela simplesmente criou um terremoto que eliminou mais de 100 personagens e deu um salto de 20 anos na história. Após o fato, a audiência da novela melhorou consideravelmente e a estratégia ficou marcada na história da televisão.
O Amor é Nosso
Anos depois, a Globo resolveu surfar na onda de Fábio Jr., que fez sucesso em tramas como Cabocla e Água Viva.
Considerada uma das mais problemáticas tramas já exibidas pela emissora, O Amor é Nosso contava, basicamente, a história do jovem cantor Pedro, em busca do sucesso e do reconhecimento da crítica. A desastrosa produção foi exibida entre abril e outubro de 1981, após longos 155 capítulos.
O público não entendeu a confusa história, que misturava elementos policiais com os romances e confusões típicas dos jovens. Além disso, a trama tinha excesso de personagens.
Walther Negrão assumiu a autoria da novela e chegou-se a cogitar o que ficou conhecido como “ônibus da morte”. Assim como em Anastácia, uma tragédia levaria boa parte do elenco, que seria renovado a partir de uma nova história.
No entanto, isso não foi necessário. O autor fez alguns ajustes e levou a trama, do jeito que deu, até o fim.
Tempos Modernos
Entre outras novelas mais recentes, como Eterna Magia e Negócio da China, a Globo teve problemas com Tempos Modernos, de Bosco Brasil. A trama derreteu o Ibope da emissora e foi massacrada pela crítica.
Inspirada em Rei Lear, de Shakespeare, mostrava a história de Leal Cordeiro (Antônio Fagundes), milionário de origem simples que construiu o Titã, gigantesco e moderno edifício no centro de São Paulo.
Foi um desastre: o público não se interessou pela trama e artistas como Grazi Massafera foram muito criticados por suas atuações. A própria atriz chegou a declarar que essa foi a “pior novela da Globo”.
Para reverter os baixos índices de audiência, foram feitas diversas mudanças: Deodora se tornou mais humana e se apaixonou, Albano morreu, o computador Frank, que só servia para fazer fofoca, foi desligado, e o melodrama tomou conta da telinha. Mas nada adiantou.
“As mudanças surtiram pouco resultado e Tempos Modernos terminou com um dos menores índices de audiência para o horário até então (média de 24 pontos no Ibope da Grande São Paulo), massacrada pela crítica e opinião pública, sendo lembrada até hoje como um problemão para a Globo”, resumiu nosso colunista Nilson Xavier, em seu site Teledramaturgia.