Estrela da Casa está na reta final e já se firma como o fiasco do ano na Globo. O reality show vendido como formato original se revelou fraco e de pouco apelo popular, derrubando os índices de audiência da emissora.

Ana Clara comandando o Estrela da Casa
Ana Clara comandando o Estrela da Casa

Não é difícil entender os motivos para a fraca recepção da atração comandada por Ana Clara Lima. O programa já nasceu errado, padeceu pela falta de foco e se revelou muito pouco original.

Confira três pecados que levaram o Estrela da Casa ao fracasso:

Falta de foco

Estrela da Casa foi criado para ser uma espécie de sucessor do The Voice Brasil. Com isso, esperava-se que o foco do programa seria a música. Mas, na prática, não é isso o que acontece.

Embora promova festivais e workshops de música, o programa submete seus participantes a provas típicas de BBB. Já houve prova de resistência, de corrida contra o tempo, de buscar a plaquinha do patrocinador em espaços mirabolantes, enfim. Mas o que isso tem a ver com música?

Na tentativa de ser tanto BBB quanto The Voice, Estrela da Casa não conseguiu ser nem uma coisa e nem outra. Quem procurava um “novo BBB” se incomoda com a cantoria, e quem buscava conhecer novos talentos da música se aborrece com as gincanas e dinâmicas que nada têm a ver com isso.

Fórmula desgastada

A Record já mostrou que não dá pra ter reality de confinamento o ano inteiro. A emissora já tentou repetir o sucesso de A Fazenda com atrações como Power Couple Brasil, Ilha Record e O Grande Desafio, formatos que passam longe do êxito do reality rural.

O insucesso da Record com esses programas mostra que, ao apostar demais em realities de confinamento, aumenta-se o desgaste do formato, já que um programa acaba esvaziando o outro. Afinal, por mais que se faça dinâmicas distintas, na prática é o velho jogo de convivência.

Mas a Globo pagou para ver e acabou repetindo o mesmo erro da concorrente. Estrela da Casa parece um “sub BBB” e aumenta no público a sensação de que o programa de Tadeu Schmidt está no ar desde janeiro. É um desgaste desnecessário do formato.

Sem criatividade

No Estrela da Casa, a equipe liderada por Boninho e Rodrigo Dourado se mostrou incrivelmente pouco criativa. Afinal, as regras do jogo são praticamente um “copia e cola” do BBB.

Há a Prova da Estrela, que é uma Prova do Líder disfarçada. Há o Festival das terças-feiras, que é um Paredão musical. No fundo, é o mesmo programa, com um verniz para fingir alguma novidade.

A equipe de realities da Globo perdeu a chance de criar algo realmente novo. Mas preferiu ir no caminho mais fácil e apenas replicou um formato, que acabou perdendo o sentido nessa “adaptação”. É um “mais do mesmo” pouco criativo.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor