De prisão decretada, xenofobia e comentário infeliz. Três atores que participam de Mulheres Areia, atualmente em reprise nas tardes da Globo, acabaram se vendo em grandes confusões fora das dependências da emissora.

Vivianne Pasmanter e Guilherme Fontes em Mulheres de Areia
Vivianne Pasmanter e Guilherme Fontes em Mulheres de Areia (divulgação/Globo)

Guilherme Fontes, o Marcos da produção, enfrentou problemas por conta da realização de um filme e quase foi parar na cadeia. Alexia Dechamps, a Maria Helena, e Paulo Betti, o Vanderlei, também passaram por apuros.

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Encrencando com o governo

Chatô - Marco Ricca
Marco Ricca em Chatô – O Rei do Brasil (Reprodução / Netflix)

Praticamente na mesma época em que gravava Mulheres de Areia, Guilherme Fontes se aventurou como diretor de cinema, à frente de um longa sobre Assis Chateaubriand, empresário que foi dono do grupo Diários Associados. Para tal, ele captou recursos via Lei Rouanet e do Audiovisual, obtendo R$ 8,6 milhões para a produção do filme.

Só que o longa, estrelado por Marco Ricca (foto acima), encontrou dificuldades em sua realização, culminando com uma série de adiamentos. Na época, Guilherme acusou o governo de falir sua empresa, ao mesmo tempo em que o ator foi processado, já que o filme não havia sido lançado e a prestação de contas não havia sido aprovada. Fontes, inclusive, quase foi parar na cadeia em 2010.

O TCU (Tribunal de Contas da União) lhe cobrou R$ 250 mil de multa, além da devolução de R$ 15 milhões aos cofres públicos, já que o valor original havia sido acrescido de juros. O ator chegou a ter sua casa no Rio de Janeiro leiloada. Somente em 2015, Guilherme Fontes conseguiu lançar Chatô – O Rei do Brasil. Em entrevista à revista Trip, o ator contou que estava tudo finalmente resolvido.

“Eu captei 8,6 milhões para o filme, em recurso público. E comprovei 11,7. Ou seja, coloquei, em recursos próprios, cerca de R$ 3 milhões a mais. Eu não sou dono de jornal, rádio ou TV, nem de agência de notícias. Vivo somente do que produzo como artista. Sou pessoa física, pago impostos sobre o que produzo. Não devo nada a ninguém”, afirmou em 18 de maio daquele ano.

Preconceito e xenofobia

A atriz Alexia Dechamps
A atriz Alexia Dechamps

Em 2016, Alexia Dechamps a Maria Helena de Mulheres de Areia, acabou se queimando na mídia após demonstrar preconceito contra os beneficiários do Bolsa Família. Ela chegou a ser acusada de xenofobia.

Convidada por um político para participar de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, que votava a proibição da vaquejada no país, ela disparou palavras preconceituosas. Depois, voltou atrás e disse que foi mal interpretada.

 “Calem a boca que nós já pagamos o Bolsa Família de vocês”, disse a atriz, irritando toda a bancada nordestina da Casa, que pediu para que ela fosse processada.

“O parlamentar, além de deturpar minhas palavras, me ofendeu, tentou humilhar e constranger, chegando a dirigir-se ao plenário da Câmara pedir que a Procuradoria da Casa me processe”, tentou defender-se em 26 de outubro daquele ano através de uma nota à imprensa.

Como a atitude não serviu para redimi-la, ela voltou a se pronunciar depois através de um vídeo na internet.

“Eu disse: ‘Olha, tem turismo, tem pesca, tem Bolsa Família’. Acho o Bolsa Família um recurso muito válido e um acerto do governo passado. Acho que nossos impostos estão aí para ajudar quem precisa. Foi isso que disse a ele. Foi obviamente mal interpretado, pejorativamente. Peço desculpas pelo mal-entendido com os nordestinos. A palavra ‘nordestino’ nunca saiu da minha boca, não existe um vídeo mostrando isso. Tenho uma madrinha cearense”, disse.

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Comentário infeliz

Mulheres de Areia - Paulo Betti
Paulo Betti como Vanderlei em Mulheres de Areia (Divulgação / Globo)

Quem também precisou se explicar foi o intérprete de Wanderley na trama de 1993. Paulo Betti resolveu recordar o caso do goleiro Bruno que foi condenado há 22 anos de prisão – cumprindo apenas oito – pelo assassinato da ex-mulher Eliza Samúdio em 2010.

Só que ele comparou a atitude do criminoso de sempre rezar antes das partidas com a de um outro jogador, o Ewerton, goleiro do Palmeiras em 2021, ano em que ocorreu a infeliz comparação.

“O discurso do goleiro do Palmeiras depois do jogo, aquela falação sobre Deus quando devia estar comemorando, aquela cena dele rezando antes de começar o jogo, me faz lembrar do goleiro Bruno, que rezava antes do jogo e depois ia matar a moça e jogar pros cães. Explica muito o Brasil”, disparou o global.

Percebendo que havia pisado na bola e sendo arrasado por toda a torcida do Palmeiras, o ator pediu desculpas ao jogador, conforme publicado no site F5, da Folha de S. Paulo, em 29 de novembro daquele ano.

“Queria me desculpar com ele [Weverton], foi uma postagem infeliz. Peço desculpas a todos que se ofenderam, não queria ofender ninguém. Respeito muito a sua fé. Quero cumprimentar o goleiro pelo título. É melhor reconhecer [quando erramos]. Fui infeliz. Peço mais uma vez 1.000 desculpas”, reconheceu.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor