Três lições que a Globo vai aprender após o fiasco de Renascer

21/06/2024 às 18h18

Por: André Santana
Marcos Palmeira em Renascer
Marcos Palmeira em Renascer

A Globo tinha altas expectativas com relação ao remake de Renascer. A emissora acreditou que a história de José Inocêncio (Marcos Palmeira) tinha todas as condições de repetir o êxito da segunda versão de Pantanal (2022), último sucesso da faixa das 21h.

Marcos Palmeira em Renascer

No entanto, o esperado sucesso não veio, ensinando à Globo valorosas lições. A emissora, que vive uma onda nostálgica e aposta cada vez mais em releituras, precisa rever sua estratégia, ainda mais agora que o remake de Vale Tudo está certo para 2025.

Confira três lições que o remake de Renascer deixará para a Globo:

Nem todo remake dá certo

A Globo já colheu bons frutos ao apostar em remakes. Tramas como Mulheres de Areia (1993), A Viagem (1994), Anjo Mau (1997) e Ti Ti Ti (2010) fizeram um enorme sucesso ao serem refeitas.

Porém, o canal também amargou o fiasco de remakes que não chamaram a atenção do público. Elas por Elas (2023) é um exemplo recente, mas o canal se deu mal também com Irmãos Coragem (1995), Pecado Capital (1998) e Guerra dos Sexos (2012), entre outras.

LEIA TAMBÉM:

Ou seja, não é porque uma história fez sucesso no passado que o êxito se repetirá numa nova versão. Renascer registrou altos índices de audiência em 1993, mas, mais de 30 anos depois, já não demonstrou o mesmo magnetismo.

É preciso atualizar a trama

Isabel Teixeira em Elas por Elas

Isabel Teixeira em Elas por Elas

Bruno Luperi vem fazendo mudanças para atualizar a trama de Renascer. Há uma maior preocupação com representatividade, por exemplo. Porém, ainda assim, a novela parece datada em vários aspectos, como as personagens femininas submissas demais.

Para atualizar uma história, não basta apenas colocar celulares nas mãos dos personagens e incluir fatos recentes no texto. É preciso reconstruir a trama, de modo que ela dialogue com o público que está assistindo hoje. Elas por Elas é um exemplo: a trama só viu sua audiência crescer quando deixou de lado a trama datada das protagonistas e apostou no dramalhão e reviravoltas policiais.

Fica então a lição para Manuela Dias, que vai assinar o remake de Vale Tudo no ano que vem. A autora terá que ser habilidosa para transportar o clássico de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères para 2025.

É remake, mas é obra aberta

Mesmo sendo uma história testada e aprovada no passado, o remake deve ser tratado sempre como uma nova novela. E, como tal, é uma obra aberta, sujeita à recepção do público. O autor de um remake deve ficar atento às respostas da audiência.

No início de Renascer, Bruno Luperi afirmou que a novela era praticamente uma obra fechada, já que seu trabalho estava bem adiantado. No entanto, atualmente, ele se mostra mais disposto a ouvir o público e modificar a trama a partir daí.

É preciso respeitar a obra original, mas sem perder de vista que a novela está sendo feita para o público de hoje. Sendo assim, o autor não pode ser apegado demais à obra original e deve seguir sua intuição, mesmo que para isso tenha que alterar os rumos da história.

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.