Grandes nomes da televisão brasileira optaram por morar em um lugar especial que acolhe astros e estrelas, independente de seu talento. Fundado em 1918, o Retiro dos Artistas foi criado pelo ator Leopoldo Fróes, com apoio de Irineu Marinho, pai de Roberto Marinho.

Marca da Globo e fachada do Retiro dos Artistas
Retiro dos Artistas

Muitos artistas passaram ou vivem na instituição, inclusive três que se destacaram na Globo e participaram de grandes sucessos da nossa televisão.

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A eterna Dona Jura de O Clone (2001) foi uma das pessoas que já foram acolhidas no Retiro. A atriz precisou ficar lá por um período devido a dificuldades financeiras que passou durante a pandemia, em 2020. Ela também precisou ajudar a mãe, que passava por problemas de saúde.

“Fui para lá porque fiquei dura mesmo. Morava em Pernambuco e vim para Rio trabalhar, iria gravar uma novela e fazer uma campanha para supermercado. Aí veio a pandemia. Tinha alugado imóvel, mas não tinha mais como pagar. Gastei minhas reservas até onde pude”, disse a atriz ao programa Melhor da Tarde, da Band.

Elizângela e Solange Couto em O Clone
Elizângela e Solange Couto em O Clone

Solange procurou a instituição que, segundo ela, deu total apoio e a acolheu em um momento de dificuldade.

“Fui no retiro resolver um problema da minha mãe, contei o que estava acontecendo comigo e me convidaram para morar lá. Fiquei o tempo que precisava. Eles me acolheram da melhor forma possível, no momento que precisava. Só tenho a agradecer”, declarou.

Até o momento, a última participação de Solange Couto na TV foi no The Masked Singer Brasil. Ela ficou com o sétimo lugar e usou a fantasia de capivara.

“Tranquilidade absoluta”

Paulo César Pereio
Paulo César Pereio (Reprodução / Web)

Com sua voz inconfundível e marcante, Pereio esteve presente em grandes sucessos da teledramaturgia, como Gabriela (1975), Partido Alto, Roque Santeiro (1985), Anos Dourados (1987), Mandala (1987), O Salvador da Pátria (1989), A Viagem (1993), Presença de Anita (2001), A Lua me Disse (2004), Duas Caras (2007) e Êta Mundo Bom (2016).

No período da pandemia, o ator estava morando em seu apartamento na cidade de São Paulo. Como estava longe de seus familiares, que vivem no Rio de Janeiro, ele decidiu ir para o Retiro dos Artistas.

“Estou aqui desde o começo da pandemia, dessa crise do coronavírus. Achei que vir para cá seria uma maneira de me salvar. Vim para sobreviver. Eu moro em São Paulo, tenho meu apartamento lá. Não teve outro jeito. Mas estou bem de saúde”, disse ao jornal Extra em 2020.

Ele afirmou que não enfrenta problemas financeiros e está na instituição para ter todos os cuidados e apoio que uma pessoa de 82 anos precisa.

“Trabalhei bastante e nunca fiquei nem estou na penúria. O fato de eu estar aqui pode dar a ideia de que o cara está retirado, mas não estou. Ando aqui com uma tranquilidade absoluta, o que eu não poderia fazer na rua. Aqui tenho comida, sou bem cuidado e estou protegido”, afirmou.

Até o momento, seu último trabalho na TV foi em Jesus, novela exibida pela Record em 2018.

 

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Ainda em atividade

Ana Rosa e Jaime Leibovitch em Fina Estampa
Ana Rosa e Jaime Leibovitch em Fina Estampa (Divulgação / Globo)

Jaime Leibovitch, ator de 75 anos, trabalhou em produções que se tornaram grandes clássicos da dramaturgia, como Vale Tudo (1988), Rainha da Sucata (1990), A Viagem (1994), A Próxima Vítima (1995), O Clone (2001), Celebridade (2003), Paraíso Tropical (2007), entre outras.

Mas quem pensa que ele parou de atuar está enganado: ele segue na ativa e seu último papel foi em Além da Ilusão (2022), dando vida ao padre Agnaldo, conselheiro de Tenório (Jayme Matarazzo), que largou a batina para ficar com sua grande paixão, Olívia (Debora Ozório).

Em entrevista ao O Globo em setembro de 2021, ele contou que tem total liberdade dentro do Retiro e pode continuar trabalhando de forma tranquila, com todo o apoio dos amigos que vivem e trabalham lá.

“Nós aqui podemos sair, viajar e trabalhar, ainda que estejamos tomando todos os cuidados, temos uma responsabilidade com os moradores do retiro e com quem vemos fora dele. Não acredito que essa situação acabe logo, mas faço o que posso para ajudar”, afirmou.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor