Três estrelas da Globo que terminaram no asilo: “Não tinha para onde ir”

Chocolate com Pimenta

Cláudio Corrêa e Castro e Hilda Rebello em Chocolate com Pimenta (Reprodução / Globo)

Artistas da Globo dos anos 70 e 80 acabaram aposentados das novelas quando chegaram à velhice. Alguns, no entanto, foram esquecidos também fora da arte, e precisaram ir viver no Retiro dos Artistas, instituição que acolhe celebridades idosas que passam por problemas financeiros e/ou emocionais.

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Cláudio Corrêa e Castro e Hilda Rebello em Chocolate com Pimenta (Reprodução / Globo)

São os casos de Maria Lúcia Dahl, Yolanda Cardoso e Cláudio Corrêa e Castro (na foto acima, em Chocolate com Pimenta, com Hilda Rebello).

Maria Lucia Dahl, que brilhou na TV nas décadas passadas, passou por uma falência familiar. Ela acabou sem recursos e indo morar na instituição que acolhe artistas veteranos com dificuldades.

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Ela, que havia se afastado da televisão em 2011, após participar de Aquele Beijo, era de família rica, mas nem isso impediu que terminasse seus dias na pior.

Seu avô fundou a empresa que vendia o Rhum Creosotado e, com a sua morte, a instituição entrou em crise. Assim que seus filhos também faleceram, o legado acabou sumindo.

Maria Lúcia Dahl estreou na carreira em 1974, na telenovela O Espigão. Ela também participou de sucessos como Gabriela (1975), Dancin’ Days (1978), Voltei pra Você (1983), Ti Ti Ti (1985), Anos Dourados (1986), Bambolê (1987), entre outros.

A atriz faleceu aos 80 anos, em 16 de junho do ano passado, devido a complicações nos rins, mas ela também sofria de Alzheimer.

Mudança para o Retiro

Yolanda Cardoso (Reprodução / Web)

Quem teve destino parecido foi Yolanda Cardoso, que começou um pouco mais cedo, em 1967, estreando com o pé esquerdo na fracassada Anastácia, A Mulher Sem Destino, famosa novela que criou um terremoto para matar metades dos personagens e recomeçar do zero.

Apesar de começar mal, ela esteve em diversos êxitos, entre tramas da extinta TV Tupi, como O Direito de Nascer (1978) e A Viagem (1975), além da própria Globo, como Coração Alado (1980), Transas e Caretas (1984), Direito de Amar (1987), entre outras.

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Yolanda teve sua presença diminuída a partir dos anos 90 e, no início de 2001, acabou se mudando para a instituição. Sem parentes vivos, a atriz terminou seus dias no Retiro.

Sua última aparição nas novelas foi como ela mesma, em Mulheres Apaixonadas (2003), atualmente reprisada no Vale a Pena Ver de Novo.

A atriz faleceu quatro anos depois, em 2007, aos 78 anos, vítima de pneumonia e infecção generalizada.

Homens no Retiro dos Artistas

Cláudio Corrêa e Castro (Reprodução / Globo)

Cláudio Corrêa e Castro, que pôde ser visto recentemente na reapresentação de Chocolate com Pimenta (2003), também foi um ilustre morador da instituição.

Ele já passava por uma situação complicada quando surgiu o convite de Walcyr Carrasco.

Com 75 anos e passando por um divórcio, a saúde não estava boa e, a partir disso, a vida financeira acabou piorando.

Sem saída, Cláudio foi para a casa de aposentados famosos e declarou que chegou a ponto de não ter onde morar antes de decidir ir para o local.

“Tinha problemas pessoais graves e não tinha para onde ir. Precisava estar num lugar como o Retiro, onde eu não gastasse nada e cuidassem de mim”, declarou na época, assumindo que os problemas econômicos eram unicamente culpa sua.

“Sou péssimo administrador. Ganhei muito bem, mas não soube controlar meu dinheiro. Comprava tudo sem pensar. Nunca soube dizer não. As dívidas são as únicas coisas que me atormentam”, afirmou.

A trama ajudou, mas não resolveu todas as questões, pois, após o término do folhetim, ele voltou a ficar sem trabalho.

Cláudio faleceu no ano seguinte, em 2005, aos 77 anos, devido à falência múltipla dos órgãos decorrentes de uma cirurgia cardíaca.

Na carreira, esteve em O Meu Pé de Laranja Lima (1970), Mulheres de Areia (1973), A Viagem (1975), Dancin’ Days (1978), Paraíso (1982), A Gata Comeu (1985), Vale Tudo (1988) O Rei do Gado (1996), Anjo Mau (1997), O cravo e a Rosa (2000), dentre outras.

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