MEMÓRIA

Tragédia em plena virada do ano levou estrela das novelas da Globo

01/01/2025 às 18h18

Por: Thell de Castro
Imagem PreCarregada
Yara Amaral e Malu Mader em Fera Radical

Uma estrela das novelas da Globo acabou se tornando uma das 55 vítimas de uma tragédia que ocorreu na virada de 1988 para 1989.

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Estamos falando de Yara Amaral, que brilhou em diversas produções da emissora e acabou morrendo quando o Bateau Mouche IV afundou na Baía da Guanabara em pleno réveillon.

Tragédia anunciada

Com cerca de 150 passageiros, a embarcação seguia em direção à praia de Copacabana para a queima de fogos do réveillon. Às 23h50 do dia 31 de dezembro de 1988, afundou entre a Ilha de Cotunduba e o Morro da Urca devido ao excesso de passageiros.

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Logo após a queima de fogos, o fato tomou conta do noticiário da televisão por algumas semanas e o caso continua sem resolução até hoje.

Entre os passageiros estava a atriz Yara Amaral, que não sabia nadar e morreu afogada.

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Yara Amaral em Fera Radical
Yara Amaral em Fera Radical

A atriz, que se foi aos 52 anos, esteve em diversas produções da Globo, com papéis em tramas como Dancin’ Days, O Amor é Nosso, Sol de Verão, Guerra dos Sexos, Um Sonho a Mais, Cambalacho e Anos Dourados.

Pouco antes, havia brilhado em Fera Radical. Na tragédia, também morreu sua mãe, Elisa do Amaral.

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Posteriormente, o jornal Notícias Populares divulgou que outros artistas, como Sérgio Mamberti (1939-2021) e Yolanda Cardoso (1928-2007), também foram convidados para o passeio, mas desistiram.

Mamberti recusou porque tinha outro compromisso, mas Yolanda havia confirmado presença, deixando de ir apenas porque Yara se atrasou para ir buscá-la.

Cobertura

Naufrágio do Bateau Mouche
Naufrágio do Bateau Mouche

Por costumar cobrir a virada do ano ao vivo, a Globo foi a primeira a noticiar o fato e mandar equipes para a cobertura in loco.

O então repórter Renato Machado e o cinegrafista Lúcio Rodrigues estavam prontos para fazer a cobertura da queima de fogos a bordo de uma traineira.

Assim que ficaram sabendo do naufrágio, seguiram para o local para onde estavam sendo levados os sobreviventes e os corpos das vítimas, garantindo imagens exclusivas.

“Quando atravessemos em direção a Copacabana, a traineira onde estávamos jogava muito. Todo mundo passou mal, enjoou, inclusive nós”, explicou Machado em depoimento ao projeto Memória Globo, destacando que decidiram voltar para o cais.

“Quando voltamos, tivemos a notícia de que tinha havido um grande naufrágio, mais ou menos na altura da Praia Vermelha, e que havia muitos mortos. Quando chegamos no Aterro do Flamengo, duas ambulâncias dos bombeiros seguiam em alta velocidade. Eu falei: ‘fica atrás delas e vai onde elas forem’. E fomos”, enfatizou.

No local designado, o portão se fechou rapidamente, mas a equipe da Globo conseguiu entrar.

“Então não tinha ninguém, nenhuma televisão quando chegaram os primeiros corpos”, relatou Machado.

A partir daí, além dos plantões na própria noite da virada, a Globo fez uma grande cobertura do caso, exibindo imagens exclusivas no Fantástico de 1º de janeiro de 1989, refazendo o trajeto da embarcação e acompanhando de perto as investigações e o julgamento dos acusados.

Em virtude da extrema lentidão da justiça brasileira, nenhum dos envolvidos do caso está preso.

Além disso, apenas uma família recebeu indenização. Os demais casos continuam seguindo sem prazo de conclusão.

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