Manoel Carlos Gonçalves de Almeida – ou simplesmente Maneco, como é conhecido – é um dos maiores autores de novelas do Brasil. Em seu currículo, estão tramas clássicas, como: Baila Comigo (1981), Por Amor (1997), Laços de Família (2000), Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006).

Manoel Carlos

Reconhecido por sempre contar com alguma personagem chamada Helena em suas novelas, o autor também teve algumas passagens trágicas em sua carreira, como a morte de três filhos – Ricardo de Almeida (1988), Manoel Carlos Júnior (2012) e Pedro Almeida (2014).

Outro episódio de perda na vida do autor aconteceu em 2006, quando seu motorista particular, Carlos de Oliveira Rodrigues, foi assassinado.

Na época, estava sendo exibida pela Globo a novela Páginas da Vida, atualmente reprisada pelo canal Viva. A trama focalizava a vida de quatro personagens femininas: Nanda, Marta, Olívia e Helena.

Como aconteceu o crime

Manoel Carlos

Carlos, de 38 anos, foi assassinado quando descia de um táxi em frente sua casa, no bairro Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O motorista trabalhava para Maneco há oito anos e deixou uma mulher e dois filhos.

Após o táxi chegar ao seu destino, às 23h30, o taxista Luiz Cláudio Oliveira foi obrigado a parar e abrir a porta. Em seguida, o criminoso gritou “perdeu, perdeu” e disparou contra o passageiro (Carlos), que morreu na hora.

O bandido levou R$ 30 do taxista e o mandou fugir em seguida. Sem tempo para puxar o freio de mão, Cláudio saltou; o veículo desceu a ladeira e bateu em um poste.

Investigações

Polícia

Inicialmente, a polícia do Rio de Janeiro abriu várias hipóteses para o crime, desde assassinato por encomenda até tentativa de assalto – essa segunda teoria seria menos provável, já que a conduta do criminoso não condizia com um roubo. Isso porque ele já abordou a vítima efetuando disparos e poderia ter levado os R$ 30 apenas para despistar os investigadores.

A tese mais provável para a polícia era de que o assassinato fosse motivado por uma vingança. Segundo investigadores que estiveram no local e pediram para não serem identificados, o crime tinha características de execução.

Além do taxista e da família da vítima, Manoel Carlos também foi ouvido pela polícia. Em nota à imprensa na época, o autor e sua família lamentaram o ocorrido e se prontificaram a prestar todo o apoio à família do motorista:

“Estamos ainda em estado de choque com o que aconteceu, pois não sabemos o que motivou tanta violência. O Carlos era um funcionário exemplar e um amigo da família. Confiamos na polícia e esperamos que tudo seja apurado”, comentou o escritor na nota.

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Inquieto e ansioso desde 1987, Jônatas Mesquita é jornalista e viu o TV História dar os primeiros passos, das viagens regadas a tubaínas e FIFA à audiência europeia. Vive em Lisboa e não precisa de dublagem para assistir às novelas portuguesas Leia todos os textos do autor