Todas as Flores resgata recurso que foi esquecido pelas novelas

08/11/2022 às 14h45

Por: Nilson Xavier

A terceira leva de capítulos de Todas as Flores (do 11 ao 15) foi de tirar o fôlego. A novela é dinâmica e a trama avançou com ganchos excelentes, deixando mais claros a história e os perfis dos personagens. Não sei de spoilers, mas arrisco dizer que agora a novela começou.

O mais bacana foi o autor João Emanuel Carneiro resgatar um excelente recurso do folhetim que andava em desuso em nossas novelas: a festa de gala em que acontece uma catarse ou em que é revelado um evento que muda os rumos da história.

Gilberto Braga adorava fazer isso: alguém era desmascarado, uma grande revelação vinha à tona ou acontecia um assassinato misterioso.

Circo armado

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Desde a leva anterior de capítulos, João Emanuel Carneiro vinha preparando o público para a grande celebração da empresa Rhodes, à qual boa parte dos personagens está ligada. Os acontecimentos foram se acumulando – principalmente por Guiomar ter descoberto a verdade sobre Zoé -, criando assim um clima ideal para a catarse.

O circo se armou para dois capítulos de tirar o fôlego, que culminaram com um incêndio e as mortes de Guiomar e de seu irmão, Raulzito. Apenas lamenta-se o fato dos personagens terem deixado a história, porque eles eram ótimos e brilhantemente interpretados por Ana Beatriz Nogueira (foto) e Nilton Bicudo.

Contudo, confesso que me incomoda o fato da novela ter tantos vilões enquanto os mocinhos se esvaem. Noveleiro sofre com impunidade. Já bastam as injustiças da vida real, que se acumulam nos noticiários dia a dia.

Tramas paralelas

Geralmente, as tramas paralelas de JEC não são lá grandes coisas, servem apenas para fazer render uma novela longa. Sendo Todas as Flores uma história mais curta, nem seriam necessárias muitas tramas paralelas.

A surpresa é que, desta vez, há pelo menos duas tramas adicionais muito boas: a que envolve a prisão de Diego, digna de enredo central, e a que envolve Mauritânia e a herança deixada por Raulzito.

Já elogiei Nicolas Prattes e Thalita Carauta (foto acima) em meu texto da semana passada, mas eles realmente dão um show. Thalita esteve maravilhosa após a morte de Raulzito. Toda a sequência em que ela vai procurar a mãe, Dona Darcí (Zezeh Barbosa), e a filha Brenda (Heloísa Honein) foi emocionante.

Tanto que foi com um gancho com Mauritânia que a leva semanal de capítulos encerrou-se. Que venha a próxima!

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