O The Voice Brasil já apresenta um inevitável esgotamento há alguns anos. A partir da terceira temporada, a percepção em torno do desgaste do formato começou a surgir. E desde então há uma decrescente desanimadora. Tanto no nível dos candidatos, quanto na mesmice do juri. Nem mesmo a entrada da carismática Ivete Sangalo ano passado conseguiu uma reformulação atrativa. No entanto, a estreia da sétima temporada nesta terça-feira (17/07) provocou uma boa impressão.

Uma novidade foi apresentada ao público: agora há o botão do bloqueio na fase da Audição às Cegas. Ou seja, um jurado pode impedir que algum colega escolha um determinado participante assim que ele vira a cadeira. A medida apimenta a disputa e Lulu Santos já usou a estratégia ao impedir Carlinhos Brown de ‘querer’ um candidato. Porém, nem adiantou, pois o mesmo preferiu Ivete. Mas serviu para ‘estrear’ a funcionalidade. Tomara que ao menos renda alguns bons momentos durante as audições.

Outra tentativa de sair da mesmice é o aumento da quantidade de cantores em cada time. Agora são 18 nomes para cada jurado – antes eram 12. Essa elevação significativa é resultado de mais uma alteração: o The Voice Brasil passa a ser exibido duas vezes por semana. Além das quintas, o reality também ganhou as terças. As versões transmitidas em outros países, aliás, sempre tiveram dois programas por semana.
Mas a Globo optou pela mudança porque não tinha nenhuma série para colocar no lugar da terminada Mister Brau. A primorosa Sob Pressão estreará mais para frente, embora ainda neste ano.

O único porém dessa exibição dupla semanal é o maior desgaste da imagem de Tiago Leifert. Ele mal saiu do Central da Copa e já emendou no The Voice Brasil. Sem esquecer do Big Brother Brasil no início do ano e do Zero 1 aos sábados. Por mais competente que seja, é uma saturação desnecessária. O lado positivo é o encerramento mais cedo da temporada. Não acabará em dezembro, como em todos os anos, e sim no dia 27 de setembro. Afinal, também estreou antes que o normal – em julho e não em setembro. O fator eleições também contribuiu para essa antecipação.

O nível dos candidatos, pelo menos na estreia, mostrou-se bem superior ao que foi visto nas últimas temporadas. Mais um ponto a favor desse começo. As vozes realmente fizeram jus ao reality e quase todos tinham potencial de finalistas. Uma grata surpresa, após vários anos com candidatos comuns cujos desempenhos deixavam a desejar. Já a inesperada aparição de Cláudia Leitte como “participante” no final chocou os jurados – que se assustaram quando viraram as cadeiras – e divertiu o público. Foi apenas uma participação afetiva com o claro intuito de provocar repercussão na estreia. O entrosamento entre ela e Ivete, inclusive, despertou atenção e deveria servir de inspiração para uma presença da dupla fixa no Kids ou no Adulto.

É cedo demais para saber se a sétima temporada do The Voice Brasil será boa, mas a tentativa de sair da mesmice e fugir do esgotamento do formato adulto merece elogios. Ao menos esse início já conseguiu ser melhor do que as quatro últimas temporadas. Que não seja apenas uma mera e passageira impressão.


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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor