Lançados como autores titulares em Novo Mundo (2017), Thereza Falcão e Alessandro Marson não foram felizes na obra seguinte, Nos Tempos do Imperador (2021), estrelada por nomes como Selton Mello (foto abaixo). Por conta disso, a dupla resolveu adiar a ideia de uma novela sobre a Princesa Isabel e tratou de desenvolver uma nova sinopse, desta vez de uma trama contemporânea.
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O novo projeto dos autores foi muito bem avaliado internamente e recebeu a aprovação da direção de teledramaturgia da Globo, comandada por José Luiz Villamarim. No entanto, após uma reviravolta, a emissora voltou atrás e jogou no lixo o folhetim proposto pelos roteiristas.
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Trinca histórica descartada
Divulgação / GloboAo transformarem a história de Dom Pedro I (Caio Castro) em novela, Alessandro Marson e Thereza Falcão caíram nas graças do público e da crítica. A fórmula adotada pelos autores, que mesclava fatos históricos e personagens ficcionais, rendeu elogios e alta audiência para Novo Mundo. Na época, os dois revelaram a vontade de fazer uma “trinca histórica”.
Assim, após contarem a saga de Dom Pedro I, os autores pretendiam seguir com a História do Brasil, narrando também a vida de Dom Pedro II e da Princesa Isabel. A ideia foi levada adiante em Nos Tempos do Imperador, com Selton Mello no papel do monarca brasileiro, mas, ao contrário da primeira trama, esta foi mal recebida.
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Além da baixa audiência, Nos Tempos do Imperador também foi muito criticada por trazer uma visão distorcida da escravidão e reforçar estereótipos de personagens negros. Para piorar, logo depois de seu fim, o diretor Vinicius Coimbra foi acusado de práticas racistas com os atores negros da produção. O profissional acabou demitido da Globo.
Com a má recepção da continuação de Novo Mundo, Alessandro Marson e Thereza Falcão preferiram dar um tempo na “trinca histórica” e adiaram a ideia do folhetim sobre a Princesa Isabel. Em seu lugar, apresentaram a sinopse de uma história inédita, desta vez contemporânea.
Reviravolta
Em dezembro do ano passado, a colunista Patrícia Kogut, de O Globo, revelou que a nova sinopse da dupla de autores havia sido aprovada pela direção da Globo. A jornalista informou que Alessandro Marson e Thereza Falcão (foto acima) apenas aguardavam o sinal verde para começar a escrever os capítulos.
No entanto, a direção do canal pegou todo mundo de surpresa quando mudou de ideia e optou por jogar fora o novo projeto dos autores. Ao invés de produzir a novela inédita anteriormente aprovada, a direção de dramaturgia do canal preferiu encomendar à dupla um remake de Elas por Elas (1982), clássico de Cassiano Gabus Mendes.
A confiança no remake é tanta que Alessandro e Thereza “furaram a fila” da faixa das seis. Inicialmente, a trama inédita de Marson e Falcão seria encaixada apenas mais adiante, após os novos projetos engatilhados de Lícia Manzo, Thelma Guedes e Alessandra Poggi. Mas a nova Elas por Elas virá bem antes disso: ela estreia no segundo semestre, na sequência de Amor Perfeito.
Medo do fiasco
Com a reviravolta, a Globo demonstra que temia um novo fiasco. Apesar de o horário das seis estar nos trilhos com os bons resultados de Mar do Sertão, a emissora não está satisfeita com o resultado atual de suas novelas como um todo.
A faixa das sete, por exemplo, não consegue se reerguer. Quanto Mais Vida, Melhor! (2021) e Cara e Coragem ficaram bem distantes do que a Globo esperava. Às nove, o canal também não tem sido feliz, já que, desde A Dona do Pedaço (2019), não há uma novela inédita no horário que tenha sido, realmente, um estouro. Pelo contrário: Um Lugar ao Sol (2021) e Travessia estão entre os maiores fiascos da história.
Enquanto isso, o remake de Pantanal (2022) mostrou que há um público saudoso de uma novela “à moda antiga”. Isso encorajou a Globo a seguir apostando em regravações, daí a opção por Elas por Elas às seis e Renascer, original de 1993, às nove.