Duh Secco

Novela de Walcyr Carrasco, Terra e Paixão demorou, mas encontrou o caminho do sucesso. A audiência está em alta e personagens como Caio (Cauã Reymond), Anely (Tatá Werneck), Kelvin (Diego Martins) e Ramiro (Amaury Lorenzo) estão na boca do povo.

Cauã Reymond é Caio em Terra e Paixão
Cauã Reymond é Caio em Terra e Paixão (divulgação/Globo)

O autor já enfrentou situação semelhante, também às nove, com O Outro Lado do Paraíso (2017). O mesmo se deu com outros títulos produzidos pela Globo para o horário, casos de América (2005) e A Favorita (2008).

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Reação imediata

Bianca Bin
Bianca Bin como Clara em O Outro Lado do Paraíso (Reprodução / Globo)

Em O Outro Lado do Paraíso, Carrasco propôs uma narrativa “densa”, voltada especialmente para os dilemas de Clara (Bianca Bin), vítima do marido violento Gael (Sergio Guizé), da sogra interesseira Sofia (Marieta Severo) e da cunhada invejosa Lívia (Grazi Massafera).

A princípio, o público torceu o nariz para o folhetim. Habilidoso, o autor intensificou o sofrimento da mocinha, trancafiada por Sofia em um manicômio – com o auxílio dos poderosos da cidade em que viviam. Clara é dada como morta durante uma tentativa de fuga; ela ressurge tempos depois, triunfante, para se vingar de todos que lhe fizeram mal.

A reação da audiência foi instantânea. A média semanal saltou de 27,5 para 36,1 pontos, entre o fim de novembro e o início de dezembro de 2017. A frase “vocês não imaginam o prazer que é estar de volta”, dita por Clara ao ressurgir diante dos inimigos repercute até hoje.

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Mudanças drásticas

América - Deborah Secco
Deborah Secco como Sol em América (Divulgação / Globo)

Situação parecida ocorreu com América, de Gloria Perez. A trama se debruçava sobre o desejo de Sol (Deborah Secco) de “fazer a vida” nos Estados Unidos. Para tal, a mocinha abdicava do amor de Tião (Murilo Benício), peão em ascensão no circuito de rodeios.

O espectador rechaçou a decisão de Sol, bem como o tom contemplativo imposto pela direção artística de Jayme Monjardim. Dos 49,7 pontos registrados na primeira semana de exibição, em março de 2005, a novela despencou para 40,7 de média, no final de abril.

A reação se deu nos bastidores. Jayme Monjardim foi substituído por Marcos Schechtman. O relançamento contou com uma mudança considerável na abertura – com Milton Nascimento dando lugar a Ivete Sangalo. E, diante da rejeição a Sol e Tião, a autora optou por novos pares românticos: ela se aproximou de Ed (Caco Ciocler), enquanto ele se uniu a Simone (Gabriela Duarte).

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Concorrência em alta

A Favorita - Claudia Raia e Patrícia Pillar
Patrícia Pillar e Claudia Raia em A Favorita (divulgação/Globo)

Estreia de João Emanuel Carneiro às oito, A Favorita foi alvo de uma investida ousada da Record. A emissora programou a exibição do último capítulo de Caminhos do Coração (2007) para o horário da estreia da concorrente. O público não só acompanhou o desfecho, como seguiu fiel à saga dos Mutantes, que ganhou segunda temporada. Além disso, a novela de Carneiro propunha uma renovação no gênero.

A Favorita só engrenou quando o novelista elucidou as dúvidas sobre as protagonistas Flora (Patricia Pillar) e Donatela (Claudia Raia). A primeira revelou ser responsável pelo crime que desencadeou a trama, enquanto a segunda lutou pra provar sua inocência neste caso e em todos os outros que a vilã atribuiu a ela.

O folhetim ultrapassou os 40 pontos de audiência após a confirmação do mau-caratismo de Flora. Os Mutantes – Caminhos do Coração fez o caminho contrário. Sem uma história consistente, apostando apenas em seres fantásticos e efeitos especiais, a produção da Record espantou o público.

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.