Tem salvação? Globo assume que Cara e Coragem não emplacou
20/08/2022 às 11h45
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No ar desde o final de maio, Cara e Coragem ainda não disse a que veio na programação da Globo. A trama de Claudia Souto registra números de audiência modestos e não figura entre as produções mais buscadas no Globoplay. Além disso, a novela das sete tem baixíssima repercussão, gerando pouco engajamento nas redes sociais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Para tentar reverter a situação, a emissora tratou de pedir ajuda ao elenco da novela. De acordo com o site Notícias da TV, a Globo solicitou que os astros do folhetim utilizem seus próprios perfis para provocar discussões sobre os capítulos. A ideia é fazer com que Cara e Coragem reverbere entre os internautas.
Alguns protagonistas da trama já estão em ação. Paolla Oliveira, a Pat, fez uma live para conversar sobre a personagem e seus desdobramentos – profissionais e amorosos – com os fãs. Enquanto isso, Marcelo Serrado, o Moa, respondeu várias perguntas sobre a novela.
LEIA TAMBÉM:
● Não merecia: rumo de personagem desrespeita atriz de Mania de Você
● Sucesso da reprise de Alma Gêmea mostra que Globo não aprendeu a lição
● Reviravolta: Globo muda rumo da maior tradição do Natal brasileiro
Taís Araújo tratou de dar o maior spoiler do folhetim até aqui. A intérprete de Anita e Clarice avisou, em suas redes, que esta última não morreu. A empresária aparecerá na próxima semana, quando será explicado que ela forjou sua morte, mas algo deu errado, terminando com sua hospitalização. Antes de a Globo anunciar a reviravolta, a própria Taís contou toda a notícia no Instagram.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Novelas em baixa
Desde que voltou a exibir produções inéditas, após o longo período de reprises provocado pela pandemia de Covid-19, a Globo tem demonstrado certa dificuldade em atrair o público. A maior parte das novelas lançadas não atingiram grandes índices de audiência. A emissora foi obrigada a tomar atitudes.
Nos Tempos do Imperador (2021), por exemplo, pagou o preço por já estar quase toda gravada quando entrou no ar. A trama de Thereza Falcão e Alessandro Marson estreou com baixos números, não empolgou e, para piorar, apresentou alguns deslizes, como a fala de Samuel (Michel Gomes), que criticava o “racismo reverso” (que não existe) sofrido por Pilar (Gabriela Medvedovski).
Para tentar salvar a trama, a Globo adiantou os grupos de discussão, na tentativa de identificar os pontos fortes e fracos do enredo e adequá-la na edição, tendo em vista que Nos Tempos do Imperador estava praticamente concluída. A obre sofreu alguns cortes e ajustes, mas isso não foi o suficiente para elevar os índices.
Problemas às 21h
Um Lugar ao Sol (2021), primeira novela das nove inédita exibida após o período mais crítico da pandemia, também penou com a baixa audiência. O folhetim de Lícia Manzo foi considerado bom, mas pouco popular, além de ter sofrido com a fraca divulgação da própria emissora, mais preocupada em anunciar a substituta, o remake de Pantanal.
Para tentar fazer a novela “pegar”, a Globo espalhou os seus atores em programas de entretenimento. Cauã Reymond peregrinou por atrações como Encontro com Fátima Bernardes, Altas Horas e Domingão com Huck para falar sobre as ações de Christian, seu personagem na novela. Nada adiantou…
Mudanças drásticas
Num passado não muito distante, era comum a direção da Globo intervir e promover mudanças drásticas em novelas que não empolgavam no Ibope. A Lei do Amor (2016), de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, é um dos exemplos mais recentes, pois recebeu alterações orquestradas por Silvio de Abreu, então diretor de teledramaturgia do canal.
Para tentar salvar a trama, que foi um desastre de audiência, a emissora tratou de enxugar seu elenco, eliminando vários personagens. Além disso, passou a focar nos tipos mais populares junto ao público. Nada deu resultado.
Babilônia (2015) também se tornou um caso clássico de alterações drásticas em nome dos números. A novela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga começou mal das pernas e logo foi modificada pela direção. Personagens, como os vividos por Sophie Charlotte e Marcos Pasquim, mudaram radicalmente de rumo: ela seria uma garota de programa, e ele um homossexual, o que não aconteceu.
As transformações acabaram deixando Babilônia ainda mais problemática. O folhetim se perdeu totalmente, virando uma grande confusão. A audiência que é boa, no fim das contas, não veio.
Deus Salve o Rei (2018) também obteve intervenção semelhante. O autor Daniel Adjafre foi auxiliado por Ricardo Linhares, que trouxe novos personagens, como o rei vivido por Alexandre Borges, e criou uma linha narrativa mais folhetinesca. Neste caso, as mudanças surtiram efeito e Deus Salve o Rei ganhou público durante sua exibição, na faixa das sete.