O Se Joga foi uma das grandes apostas da Globo em 2019. O objetivo na época era enfrentar o Balanço Geral, da Record, que derrotava o extinto Vídeo Show quase diariamente. Não por acaso o longevo programa sobre os bastidores da televisão foi retirado da grade, após quase 36 anos no ar. Mas não deu certo.

As derrotas continuaram e a atração comandada por Fernanda Gentil, Fabiana Karla e Érico Brás sofreu um massacre de justas críticas. A pandemia do novo coronavírus, iniciada em março de 2020, foi um bom pretexto para cancelar o formato. Mas a emissora resolveu recolocá-lo no ar.

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No dia 6 de março, o Se Joga retornou com uma nova roupagem em formato semanal – vai hoje para sua terceira edição renovada. Agora está na faixa vespertina, no lugar do cansativo Simples Assim, da Angélica.

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Também não há mais três apresentadores. Fabiana deixou o programa e Érico virou repórter. Fernanda está sozinha no comando. E a ótima Tati Machado – integrante do site Gshow que ganhou várias oportunidades em outras atrações, como Encontro e É de Casa – segue na equipe falando sobre novelas e artistas do canal.

Mas não demorou para constatar a intenção da Globo: voltar com o Vídeo Show, mas com o título de Se Joga. A própria descrição das ‘novas características’ do programa entrega a inspiração, para não dizer plágio: são tardes cheias de conteúdos especiais, entrevistas exclusivas, revisitas ao passado da TV, spoilers de cena, interatividade, e muitas curiosidades sobre o que acontece por trás das câmeras. Uma programação que faz o balanço da semana na vida dos famosos.

Ou seja, uma mistura do Vídeo Show do passado e com o Vídeo Show que já existia pouco antes de sair do ar, em 2019, quando focava também no cotidiano das celebridades. Até o clássico Falha Nossa está presente.

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A estreia se mostrou corrida e com uma Fernanda Gentil artificial e insegura. Compreensível, após tantas mudanças bruscas em sua carreira. Saiu de seu trabalho bem-sucedido na cobertura esportiva, ficou na ‘geladeira’ da Globo um longo tempo esperando um novo projeto na área do entretenimento, e quando finalmente a produção veio era o lastimável Se Joga. Agora a intenção é tirar a imagem do programa do buraco e só isso explica a insistência da emissora em manter o nome.

Entre os bons quadros, todos são do extinto Vídeo Show. A desenvolta Tati Machado (foto acima) fala muito bem sobre as novelas e mostrou um pouco dos bastidores de Amor de Mãe, além de ter abordado o BBB 21. O Falha Nossa, comandado por Érico Brás, foi bem divertido e não por acaso é tão amado pelo público há mais de 30 anos. Também foi exibida uma boa, mas muito breve, entrevista com Sandy e o marido Lucas Lima. A matéria sobre as mães da ficção foi outro acerto.

Com direção geral de Bianca Lopes e Frederico Neves, redação final de Maurício Yared, e supervisão artística de Rafael Dragaud, o ‘novo’ Se Joga é comandado ao vivo por Fernanda Gentil. Mas esse nome não deveria ter sido mantido de forma alguma. O telespectador assiste ao saudoso Vídeo Show em uma tentativa desesperada de disfarce. Ao invés de trazer de volta um programa amado pelo público, com quase 36 anos de longevidade, a Globo preferiu transformar o Se Joga em uma cópia descarada. Tudo em virtude de uma mera teimosia, que pode custar caro se a atração não engrenar. Uma pena.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor