Tarde demais: cinco artistas que se arrependeram de fazer novelas da Globo
22/11/2023 às 10h20
Intérprete de Mara em Terra e Paixão, Renata Gaspar tornou pública sua insatisfação com os rumos da personagem na novela das nove da Globo. A atriz contou ao público que sua personagem e Menah (Camilla Damião) não devem mais ter uma trama na obra. Com isso, a emissora “apaga” o casal de mulheres da história criada por Walcyr Carrasco.
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Assim, a atriz deve ter se arrependido de ter trocado Amor Perfeito (2023), trama em que estava inicialmente escalada para viver Darlene, por Terra e Paixão. Ela se junta a outros atores que também reclamaram publicamente das novelas que atuavam.
Abaixo, elencamos cinco atores que se arrependeram das novelas que fizeram.
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Renata Gaspar
Renata Gaspar estava escalada para viver Darlene em Amor Perfeito quando foi movida para o elenco de Terra e Paixão. Assim, enquanto Carol Castro assumiu a personagem na novela das seis, Renata iniciou seu trabalho no horário nobre.
Na trama, Mara é uma mulher que vive um casamento falido e dá a volta por cima ao se apaixonar por Menah. No entanto, o romance entre as duas mulheres nunca foi plenamente desenvolvido na trama das nove da Globo. E, de acordo com Renata Gaspar, nem vai.
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“Amores, Mara e Menah não terão mais trama na novela. Acho que quando tudo acabar falaremos mais do que passamos. Mas é isso, viramos as tias, que ficam de fundo na festa e ninguém pergunta sobre sua história pois não querem saber. É aquela tia que vive com a amiga dela”, disparou a artista em seu perfil no X (ex-Twitter).
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Emílio Dantas
Depois de se destacar em A Força do Querer (2017), Emílio Dantas foi alçado ao posto de protagonista de Segundo Sol (2018). Na trama de João Emanuel Carneiro, o ator vivia Beto Falcão, um cantor baiano que é dado como morto e, por conta do “sucesso póstumo”, decide viver às escondidas.
Porém, Segundo Sol foi alvo de inúmeras críticas, já que a trama se passava na Bahia, mas contava com um elenco majoritariamente branco. Isso causou polêmica, já que o estado tem população predominantemente negra. Por isso, Emílio admitiu que não devia ter aceito viver o personagem.
“Foi muito errado eu ter feito o Beto Falcão. Jamais deveria ter aceitado esse papel. Não por conta do autor ou pela empresa. É que não condiz com a realidade. A Bahia é feita 95% de pretos e quem deveria estar contando essa história era um preto. Acordei para isso muito tarde”, salientou, em depoimento ao portal UOL.
Silvero Pereira
Em A Força do Querer (2017), Silvero Pereira fez um enorme sucesso como Elis Miranda, uma travesti que, durante o dia, era Nonato, o motorista de Eurico (Humberto Martins). O personagem era fundamental no processo de aceitação de Ivan (Carol Duarte), que se descobre um homem trans durante a novela.
Mas, apesar do grande sucesso da personagem, Silvero contou que, atualmente, não aceitaria vivê-la. O ator acredita que Elis Miranda devia ter sido interpretada por uma travesti.
“Hoje eu não faria a Elis Miranda, muito provavelmente. Porque eu também me reeduquei sobre essa história, e a gente precisa estar de acordo com as lutas e as causas. Depois de A Força do Querer, eu não aceitei mais nenhum personagem trans/travesti, e inclusive deixei de fazer meus espetáculos por causa disso”, declarou o ator, em entrevista ao podcast Papo de Novela.
Susana Vieira
Acostumada a personagens de destaque, Susana Vieira não escondeu o incômodo durante Andando nas Nuvens (1999). Gonçala, sua personagem, acabou tendo pouco espaço na trama escrita por Euclydes Marinho.
“O público reclama que apareço pouco. É um desperdício para mim e para a TV. Fico muito parada, gravo pouco. Estou acostumada a ‘ralar’ mais. Mas sou obediente ao autor. Estou no barco e vou com ele”, disse, em entrevista ao O Globo de 23 de maio de 1999.
Rosamaria Murtinho
Veterana da televisão brasileira, Rosamaria Murtinho foi convidada para viver um dos principais papéis de Corpo Dourado (1998). Sua personagem, Isabel, era a matriarca da família central da história criada por Antonio Calmon.
Porém, o autor acabou mudando os rumos da personagem. Inicialmente, Isabel veria o fantasma do marido Zé Paulo (Lima Duarte) constantemente, tornando-se esquizofrênica. Mas a ideia foi descartada, o fantasma de Zé Paulo sumiu com a saída de Lima Duarte do elenco e Isabel partiu para outra história, o que incomodou sua intérprete.
“Com a saída de Lima Duarte, tudo mudou. Estava me preparando para pôr os pés na esquizofrenia. Mas, de uma hora para outra, arranjaram um casamento, às escondidas dos filhos, para a Isabel. Tenho a impressão de que não sou mais necessária na trama. Eu chego no estúdio e as cenas que faço são apenas para dar recados”, desabafou Rosamaria ao jornal O Globo em 12 de maio de 1998.