Tapa, empurrão e tentativa de estupro: cenas violentas marcam 10ª semana de A Viagem
01/03/2021 às 0h04
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Foi um semana e tanto em A Viagem. Violenta para dizer o mínimo, com tapa na cara, empurrão com vítima ferida e tentativa de estupro.
• Comecemos pelo núcleo de Carmem, que não houve nada violento, mas foi marcado por dois momentos aguardados. Muito boa a cena em que Carmem se revela como é para Diná e pede demissão. Apesar de Diná insistir em interpretações malucas (de que Téo teria se interessado por Carmem, por exemplo), mesmo assim, reconheceu que a ex-funcionária a ajudou muito na videolocadora e prestou um ótimo trabalho.
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Melhor ainda foi Mauro desmascarado por Lisa e Carmem, outra catarse aguardada. Uma cena longa para um desfecho que vinha sendo preparado há tempos.
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• Para quem conhece a novela, chegou um momento bastante lembrado: e embate entre Diná e Ismael, em que ele a empurra e ela cai e fere a cabeça na pedra. Cenas em que o ator precisa cair e bater a cabeça são sempre difíceis de fazer, porque geralmente o resultado fica mecânico.
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Lembra quando elogiei a sequência em que Diná empurra Mauro e o ator Eduardo Galvão voa sobre a mesa indo parar no outro lado? Sequências assim são raras porque o efeito é tão real que provavelmente foram gravadas na primeira tentativa. A cena em que Diná cai no chão com a cabeça sobre a pedra ficou perceptivelmente mecânica. Hoje em dia, certamente, é possível fazer melhor.
• O tapão de Estela dá na filha Bia foi um momento tenso. Cena bem dirigida, provavelmente bastante ensaiada e com muitas marcações. Ainda que possa parecer over, está dentro do contexto dos personagens envolvidos. Estela, à beira de um ataque de nervos, se descontrolou. Isso dá margem para afastar a garota ainda mais da mãe e para Ismael se fortalecer com a filha.
• Estela e Alberto tiveram uma sequência das mais emocionantes de A Viagem. Existe o contexto que não é explícito, mas subentendido. Ela havia sofrido uma tentativa de estupro pelo ex-marido e estava extremamente fragilizada e nervosa por tudo que vinha acontecendo.
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A interpretação de Lucinha Lins, foi magistral: Estela soluça, evita Alberto, e ele, com todo cuidado, entendendo bem a situação, a acolhe até que ela se entrega ao abraço. Que atores e que casal bonito é Estela e Alberto!
• Gosto muito do núcleo da pensão de Dona Cininha, mas essa trama da gravidez de Sofia é dose! Sofia não existia na versão original (dos anos 1970) e está claro que este entrecho serviu para inchar a novela, fazer render mais cenas em uma época em que a duração dos capítulos já era maior do que antigamente.
• A casa de campo de Otávio é um palacete, de fachada ampla, com várias janelas. Alguém me explica porque Diná dormiu no sofá tendo à sua disposição um casarão daquele?
• No capítulo de sábado, um erro de continuidade grotesco: Dona Maroca de cabelo bipolar. Em uma cena, a atriz Yara Côrtes surge pela primeira vez com o cabelo diferente, mais curto e mais escuro. Na sequência imediatamente posterior, a atriz está com o corte antigo, maior e mais claro!
SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.
SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.