Tapa-buraco: menor novela das oito da Globo terminava há 28 anos

Bruna Lombardi em O Fim do Mundo

Bruna Lombardi em O Fim do Mundo

Uma minissérie que foi transformada numa novela reduzida. Esta é O Fim do Mundo, de Dias Gomes, que terminava sua trajetória na Globo há exatamente 28 anos, no dia 14 de junho de 1996.

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Bruna Lombardi em O Fim do Mundo

Com apenas 35 capítulos, a trama tapou o buraco entre Explode Coração e O Rei do Gado e prometia inaugurar um novo formato de teledramaturgia na emissora – o que acabou não acontecendo.

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Dupla responsabilidade

Explode Coração estava no ar e a Globo não conseguiu iniciar a produção de O Rei do Gado a tempo. Normalmente, nestas situações, a trama que está no ar é esticada, mas Glória Perez já havia combinado com a emissora que seria liberada para o julgamento do assassinato de sua filha, Daniela Perez.

A solução foi pegar O Fim do Mundo, que seria uma minissérie do horário das 22h30, e colocar no principal horário de teledramaturgia da emissora – naquela época, 20h40.

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“O Fim do Mundo chega às telas com uma dupla responsabilidade. Primeiro, recuperar a audiência do horário, um pouco abalada depois de Explode Coração. Segundo, testar a viabilidade de um novo formato, alternativo às novelas tradicionais, com mais de 100 capítulos”, destacou reportagem da Folha de S.Paulo de 5 de maio de 1996.

Qual era a trama de O Fim do Mundo?

A trama, que foi anunciada como uma super novela em apenas 35 capítulos, estreou no dia 6 de maio de 1996 e levantava a seguinte questão: o que você faria se só lhe restasse um dia?

Em Tabacópolis, fictícia cidade do interior baiano, o paranormal Joãozinho de Dagmar (Paulo Betti) faz uma previsão assustadora: o mundo iria acabar em três meses. Para completar, fatos estranhos começam a aparecer, como uma chuva de excrementos, um bezerro com duas cabeças, um terremoto, entre outros fatos.

A população entra em pânico e a cidade se vê em meio ao caos. Tião Socó (José Wilker) violenta Gardênia (Bruna Lombardi), sua cunhada; o diretor do hospício resolve soltar os pacientes, enquanto o delegado abre a cadeia e liberta os presos. Só que, no dia seguinte, o mundo não acaba e os moradores da cidade precisam arcar com as consequências de seus atos.

Dias depois, Joãozinho faz nova profecia e, desta vez, se vê uma chuva de meteoros no céu e o mundo realmente acaba.

O Fim do Mundo inovou nos efeitos especiais. “Pela primeira vez, uma novela usa objetos e animais criados em computador. Foram usados computadores também para criar ondas gigantes e tempestades. Uma maquete de Tabacópolis foi construída para as filmagens do fim do mundo – é nela que caem postes, carros são tragados pela terra, e o céu fica incandescente”, informava a matéria da Folha.

Ficou só na promessa

A mesma reportagem ressaltou que caso a experiência com O Fim do Mundo desse certo no horário nobre, a emissora deixaria de usar a faixa das 22h40 para minisséries.

A intenção da emissora era alternar novelas e mininovelas a partir de 1997. “Com isso, a Globo não deixaria totalmente de lado o formato tradicional de novelas e daria opção aos autores”.

Meses antes, à mesma Folha de S. Paulo, Dias Gomes disse que a mininovela era uma alternativa, vista pela Globo como um produto de luxo, que dá prestígio.

“Pode ser que queiram implantar esse novo formato. Afinal, já me encomendaram outra produção”.

O autor falava sobre Dona Flor e seus dois maridos, exibida como minissérie em 1998.

Desta forma, como é sabido, apesar de O Fim do Mundo ter mantido a audiência do horário, a experiência foi única e descartada em seguida. O Rei do Gado sucedeu a trama, fez muito sucesso e, até hoje, vemos no ar as novelas no formato tradicional.

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