Iniciado em julho do ano passado, o Tamanho Família foi uma grata surpresa da programação dominical global. Substituindo a terceira (e última) temporada do reality musical Superstar, o programa marcou a volta de Márcio Garcia ao posto de apresentador, após fazer apenas pequenas participações em novelas da emissora.

O formato logo fez sucesso e elevou a audiência do início das tardes de domingo, rendendo uma segunda temporada que se encerra neste dia 2 de julho. E a nova fase repetiu o êxito e confirmou o quão acertado é o conjunto do programa.

Basicamente uma competição entre as famílias de dois famosos, o formato criado por Élbio Valente, Hélio Vargas (ex-diretor artístico da RecordTV) e Giovana Moraes traz brincadeiras já conhecidas de outros programas de auditório, porém, com um enfoque maior na intimidade dos artistas. A leveza e a descontração têm o objetivo de fazer o telespectador se identificar com as histórias e vivências contadas pelas estrelas e seus familiares, tornando-os ainda mais próximos do público.

O último bloco é dedicado para um momento de emoção, em que os artistas recebem homenagens variadas de parentes e amigos – em alguns casos, de parentes que não participam da “competição”. Entretanto, diferentemente dos programas sensacionalistas de emissoras concorrentes, o choro é provocado de uma forma muito mais espontânea, ressaltando as emoções dos famosos.

Já participaram do programa atrizes como Juliana Paes, Bruna Marquezine, Flávia Alessandra, Deborah Secco, Susana Vieira, Camila Queiroz e Nathalia Dill; cantores como Daniel, Luan Santana, Paula Fernandes, Sandy, Fafá de Belém, Anitta e Marília Mendonça; e também apresentadores como Fernanda Gentil e Tadeu Schmidt.

Há ainda o quadro Talento em Família, em que famílias anônimas das mais variadas partes do Brasil mostram seus talentos artísticos enviando vídeos para o portal GShow e ganham a chance de se apresentar no auditório do programa. Uma delas merece um destaque especial, na opinião deste colunista: a participação do músico alagoano Nelson da Rabeca, que mostrou sua arte na construção do instrumento (um violino artesanal) e sua paixão pela música.

Como se não bastasse todo este conjunto bastante agradável, Tamanho Família serviu ainda para reafirmar a competência de Márcio Garcia como apresentador. Seu talento para a comunicação já havia sido mostrado anteriormente no MTV Sports (da extinta MTV Brasil), em 1993, e, já na Globo, no game show Ponto a Ponto (1996) e no infantil Gente Inocente (1999-2002).

Garcia deixou a Globo em 2004, após o grande sucesso de seu par com a talentosa Cláudia Abreu na novela Celebridade, e foi para a Record, onde comandou os extintos Sem Saída e O Melhor do Brasil. Em 2008, retornou à emissora carioca, deixando Rodrigo Faro como seu substituto. Porém, não obteve sucesso: em Caminho das Índias (2009), de Glória Perez, seu personagem Bahuan, par romântico inicial de Maya (Juliana Paes), irritou o público e perdeu espaço para Raj (Rodrigo Lombardi).

Em virtude do fracasso, Márcio passou a fazer pequenas participações como ator. Voltou a atuar como comunicador nas reedições do Globo de Ouro promovidas pelo canal Viva, ao lado de Juliana Paes (na primeira temporada, em 2014) e Carolina Dieckmann (na segunda edição, dedicada aos 30 anos da axé music, em 2015). O apresentador quase retornou à Record para substituir Britto Junior no reality A Fazenda, mas foi convencido a ficar na Globo, que havia lhe prometido um programa. E ele veio.

Em meio ao sensacionalismo barato que costuma assolar a programação dominical, o Tamanho Família reafirmou nesta segunda temporada o que havia mostrado no ano passado: um respiro de alegria e diversão para a hora do almoço.

A ideia de aproximar as famílias dos famosos e o público, mesclada a uma divertida competição e conduzida pela competência e pelo carisma de Márcio Garcia, resultou em um programa delicioso de se ver. É um formato que merece muito o sucesso que faz. Que tenha vida longa na TV, pois a alegria é sempre necessária.


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