Em 2003, a terceira temporada do Big Brother Brasil fez um enorme sucesso na programação da Globo. O BBB3 revelou nomes como Sabrina Sato (foto) e Juliana Alves, que brilham na TV até hoje, e também consagrou André Augusto Ferreira Fontes, o Dhomini, como grande vencedor.
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No entanto, a trajetória do então assessor parlamentar no reality show da Globo levantou suspeitas. Ao mesmo tempo em que uma parcela de espectadores torcia pelo rapaz, outra parte acreditava que ele só chegou ao fim por conta de uma manipulação nas votações. Com isso, a Globo acabou mudando as regras dos paredões.
Sucesso
Logo que entrou na mansão do BBB3, Dhomini mostrou que tinha chances de se tornar o terceiro campeão da história do reality show. Afinal, ele tinha um jeito meio “caipirão” e debochado, um tipo que se mostrava o favorito dos espectadores da atração da Globo.
Com isso, ele logo alcançou uma grande popularidade junto ao público. Seu romance com a divertida Sabrina Sato lhe deu ainda mais musculatura, alçando-o a grande protagonista daquela edição. Os demais participantes logo perceberam que Dhomini era um jogador forte e tentaram tirá-lo do jogo várias vezes, mas sem sucesso.
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Um de seus maiores concorrentes era o jogador de basquete Alan Marcelo, um sujeito boa-praça que também conquistou muitos fãs em sua passagem pelo BBB3. Com isso, quando Alan e Dhomini tiveram que disputar a preferência popular, uma grande polêmica se fez.
Eliminado
No dia 25 de fevereiro de 2003, o paredão entre Dhomini e Alan alcançou o grande recorde de votação daquela temporada: nada menos que 19,5 milhões de votos. O jogador de basquete deixou a competição ao ser escolhido por 57% do público votante. O resultado do paredão gerou muita indignação.
Na época, muitos espectadores acusavam a votação de manipulação. Como Dhomini era assessor parlamentar, surgiu um forte boato de que o participante do BBB3 contava com o apoio da equipe do político para votar em massa em seus adversários, garantindo sua permanência no jogo. Outros acusavam a própria Globo de favorecer Dhomini.
Luiz Erlanger, então diretor de comunicação da Globo, falou sobre o assunto ao jornal O Estado de S. Paulo de 15 de março de 2003.
“Não temos interesse em alterar as votações. Buscamos a audiência, prender a atenção do espectador e atender a maioria. Quem vota é o público”, afirmou.
Mudança
Para evitar novas acusações nesse sentido, a Globo acabou promovendo mudanças na votação dos paredões do BBB3. De acordo com o colunista Daniel Castro, em nota publicada na Folha de S. Paulo de 24 de março de 2003, a emissora impôs um limite de votação pela internet.
Após o paredão que eliminou Alan, o BBB3 adotou um novo dispositivo de segurança para a votação pela internet (na época, também era possível votar pelo telefone). Com isso, um único computador poderia votar, no máximo, 500 vezes para eliminar um participante.
“A gente derruba todo IP que tem um número excessivo de votos. Esse limite varia de 300 a 400 votos”, destacou o diretor Boninho ao jornal.
A mudança foi perceptível nos paredões seguintes: se em 25 de fevereiro, o programa alcançou 16 milhões de votos pela internet, os números caíram para 4 milhões no paredão de 18 de março.
“A Globo refuta qualquer insinuação de que seu sistema de votação pode permitir manipulações externas que interfiram no resultado final. Diz que o limite de até 500 votos pela internet (0,0125% num universo de 4 milhões) e o custo das ligações telefônicas (R$ 0,27) inviabilizam mobilizações maciças de torcedores de determinado competidor”, explicou a Folha.