Surpresa: Globo faz escolha arriscada para substituir Mulheres de Areia

Cláudia Abreu em Cheias de Charme

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Reapresentada na Globo pela terceira vez, Mulheres de Areia (1993) está prestes a entrar na reta final nas tardes da emissora. A previsão é que a clássica história de Ivani Ribeiro chegue ao fim em 15 de março. Ou seja, falta pouco mais de um mês para o encerramento do repeteco.

Cláudia Abreu em Cheias de Charme

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Com isso, Cheias de Charme (2012) deve ser a próxima novela a ganhar uma Edição Especial na faixa das 14h40. Uma escolha arriscada da direção da emissora, diga-se. Afinal, por mais que a trama tenha sido um grande sucesso, ela destoa bastante de suas antecessoras na faixa de reprises da Globo.

A escolhida

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Recentemente, rumores apontavam que a Globo cogitava cinco tramas para suceder Mulheres de Areia na Edição Especial. A Viagem (1994), Cabocla (2004), Alma Gêmea (2005), Caras & Bocas (2009) e Cheias de Charme eram as principais cotadas. Porém, a primeira já estava descartada, já que ela será reprisada no Viva em abril.

Mas, de acordo com o jornal O Globo, a emissora bateu o martelo e acabou optando pela última, escrita por Izabel de Oliveira e Filipe Miguez. Cheias de Charme foi um dos últimos grandes sucessos da Globo na faixa das sete, caindo nas graças do público ao contar a história de três empregadas domésticas que se tornam estrelas da música.

Penha (Taís Araújo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond) integram o grupo Empreguetes depois que um clipe musical feito por elas viraliza na internet. Com isso, elas se tornam rivais de Chayene (Claudia Abreu), uma estrela decadente que faz de tudo para recuperar a fama.

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Escolha arriscada

Isabelle Drummond, Leandra Leal e Taís Araujo em Cheias de Charme (Divulgação / Globo)

Cheias de Charme divertiu o público das sete da Globo ao fazer uma espécie de sátira ao universo da música brega. Além disso, a trama foi feliz ao estabelecer um diálogo com a audiência pelas redes sociais, que estavam em plena ascensão na mesma época. O clipe das Empreguetes, por exemplo, foi lançado primeiro na web, e seu sucesso na “vida real” se tornou parte do enredo na ficção.

Com a boa aceitação do público, Izabel de Oliveira e Filipe Miguez pisaram fundo no nonsense. Tanto que Chayene era praticamente uma vilã de desenho animado, que chegou até a acreditar que tinha poderes mentais. Tudo virou uma grande piada e o público embarcou na brincadeira.

Justamente por este espírito mais “moleque”, Cheias de Charme se mostra uma aposta de risco da Globo na faixa das 14h40. O espaço, até aqui, só recebeu novelas das seis, como O Cravo e Rosa (2000), Chocolate com Pimenta (2003) e Mulheres de Areia. Ou seja, tramas mais românticas. Já Cheias de Charme é uma comédia despudorada.

Opções seguras

Priscila Fantin como Serena em Alma Gêmea (Reprodução / Globo)

Sendo assim, a Globo teria feito uma escolha mais segura se tivesse mantido a mesma linha das tramas anteriores. Alma Gêmea, por exemplo, parecia a escolha mais lógica, já que é uma trama essencialmente romântica, mas com os elementos de comédia leve típicos de Walcyr Carrasco às 18h.

Além disso, a reprise de Mulheres de Areia mostrou que o público reage bem a novelas clássicas, mesmo que a qualidade da imagem não seja das melhores. Por isso, o canal poderia ter apostado num outro clássico das 18h, como Barriga de Aluguel (1990), por exemplo.

Cheias de Charme tem chance junto ao público juvenil, que forma parte da plateia das tardes da Globo. Sendo assim, há a possibilidade de funcionar. Porém, ainda assim, trata-se de uma incógnita. A reação do público do horário a uma novela tão “diferentona” é imprevisível. E a Globo vai pagar para ver.

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